SABATINA
Lula sobre o Congresso: 'Centrão não é partido político'

Em entrevista ao Jornal Nacional, nesta quinta-feira (25), o candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi perguntado sobre combate à corrupção na relação com o Congresso e alianças políticas. "Nenhum presidente da República no regime presidencialista governa se não estabelecer relação com o Congresso Nacional. O Centrão não é um partido político", afirmou.
O Centrão é um bloco informal na Câmara dos Deputados que reúne parlamentares de legendas de centro e centro-direita. O grupo é menos conhecido por suas bandeiras e mais pela característica de se aliar a governos diferentes, independentemente da ideologia.
E o petista prosseguiu: "Quem ganhar as eleições, se for a Renata ou se for o Bonner ou se for o Lula, vai ter que conversar com o Congresso Nacional. Não conversar com o Centrão, porque o Centrão não é um partido político. Você vai conversar com os partidos separados", disse o candidato.
Questionado sobre como evitar que escândalos de corrupção voltem a acontecer, Lula disse que é preciso agir "punindo as pessoas, denunciando as pessoas". Lula disse que "o que eu acho maravilhoso é denunciar a corrupção. O que é grave é quando a corrupção fica escondida. Por isso que eu acho importante uma imprensa livre, por isso que eu acho importante uma Justiça eficaz".
O candidato disse que, se houver um problema de corrupção, "tem que ser denunciado". "Em qualquer lugar tem que ser denunciado. Na empresa privada, na empresa pública. Não é possível você ficar guardando a corrupção sem levar em conta o prejuízo que aquilo traz à sociedade brasileira."
Lula ainda tratou do orçamento secreto e disse que ele é pior que o mensalão, o escândalo de compra de votos no Congresso para aprovar medidas favoráveis ao governo durante seu primeiro mandato. Foi o momento em criticou o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição.
"Acabou o presidencialismo. Bolsonaro não manda nada, é refém do Congresso. Uma das tarefas minhas e do Alckmin é acabar com essa história de semipresidencialismo. O Bolsonaro parece o bobo da corte." Pela governabilidade, disse que pretende conversar com os partidos, sem exceção. "O Centrão não é partido político. Quem ganhar vai ter de conversar com o Congresso."
Lula aparece em primeiro lugar nas intenções de voto no primeiro turno com 47%, de acordo com pesquisa Datafolha divulgada em 18 de agosto. O levantamento aponta que na sequência vem presidente Jair Bolsonaro (PL), com 32%, seguido por Ciro Gomes (PDT), com 7%.
A sabatina também movimentou apoiadores e opositores nas redes sociais. Termos relacionados a Lula, ao PT e a declarações do ex-presidente durante a entrevista ficaram entre os mais comentados nas redes sociais. De acordo com uma pesquisa da Quaest, 15 milhões de pessoas foram impactadas com postagens sobre a entrevista durante a exibição.