SEM NEGOCIAÇÃO
Presidente do BB deve se explicar ao Senado por supostamente travar empréstimos para Alagoas
Tribunal de Contas da União também abriu uma investigação para apurar as denúncias
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) anunciou, nesta quarta-feira, 2, que o Senado deve convocar o presidente do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro, para explicar as acusações de que a instituição vem travando empréstimos a estados governados por não aliados ao governo Bolsonaro, incluindo Alagoas.
A denúncia sobre o travamento de empréstimos a governadores de oposição veio à tona a partir de uma matéria publicada pela Folha de S. Paulo no último domingo, 30. Vale lembrar que o pai do governador Renan FIlho, o senador Renan Calheiros foi relator da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) responsável por investigar erros e omissões do governo federal na pandemia de covid-19.
O nome diz tudo: Banco do Brasil. É uma instituição centenária, pertence ao povo brasileiro e não é propriedade privada de gestores políticos e ruins. Vou convocar o presidente do banco para explicar a discriminação a governadores não aliados enquanto o STF e o TCU apuram o caso”, disse Renan em uma publicação no Twitter.
O governo de Alagoas, inclusive, entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) após o Banco do Brasil ter suspendido as negociações de um empréstimo de R$ 770 milhões. Já o estado da Bahia alega dificuldades impostas pelo banco para levar adiante uma operação de R$ 228 milhões.
TCU começa a investigar denúncia
Apesar da negativa do banco, o Tribunal de Contas da União (TCU) abriu uma investigação para apurar as denúncias, segundo informações publicadas pela revista Fórum.
A investigação foi aberta nesta quarta-feira, 2, a partir de representação do subprocurador-geral do Ministério Público junto ao TCU, Lucas Rocha Furtado.
“É razoável supor que, ao lado do rigor necessário na avaliação de riscos de qualquer empréstimo, haja uma equidade no relacionamento com os variados ‘clientes’ da instituição, no caso, os estados e municípios”, diz Furtado na representação.
Em nota enviada à Folha, o Banco do Brasil negou as acusações. “Toda contratação de operações para o setor público segue estritamente as exigências legais dos órgãos reguladores, a avaliação de crédito e os interesses negociais do BB”, diz o texto.
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