POLÍTICA

Dantas surfa no legado de Renan Filho, mas terá de explicar acusações

Por Odilon Rios 28/05/2022 - 07:56
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Secom/Alagoas
Paulo Dantas acelera agenda de inaugurações
Paulo Dantas acelera agenda de inaugurações

O governador Paulo Dantas (MDB) tem pressa. Acelera obras e inaugurações, montou um plano de administração de curtíssimo prazo, visita entre duas a três cidades todos os dias, incluindo finais de semana, e pretende entregar a 80% das obras do aeroporto de Maragogi em dezembro, antes de encerrar o governo – e nas contas do Palácio República dos Palmares – reeleito.

A pressa é por causa do calendário eleitoral. A partir de 2 de julho ele não poderá inaugurar obras públicas nem nomear, contratar ou demitir sem justa causa qualquer servidor público. Julho é mês de preparativos para as convenções partidárias que começam no dia 20. É quando se decide quem vai disputar as urnas em 2 de outubro.

Semana passada, Dantas anunciou dois Refis tributários “muito especiais”, R$ 30 milhões em investimentos e marketing e divulgação turística, continuação do voo da TAP Maceió-Lisboa, retomada dos voos para Argentina, instalação de mais 10 empresas com investimentos de R$ 430 milhões (benefícios fiscais já autorizados pelo governo) e R$ 20 milhões nas festas juninas, incluindo contratação de bandas.

O plano prevê 50 mil novos empregos somente no setor público. Creches, hospitais, clínicas da família, presídios, Estádio Rei Pelé e estradas estão em reforma e devem abraçar esta mão de obra.

São R$ 2,7 bilhões, além de antecipação do plano de investimentos das empresas de saneamento. Para 2022, deve chegar a R$ 500 milhões (setor privado) e R$ 250 milhões (público).

Dantas surfa na boa popularidade deixada por Renan Filho e nos programas como Minha Cidade Linda (atingindo 80 cidades) e investimento de R$ 392 milhões em 453 ruas calçadas. A ideia é dar respostas rápidas, brecando críticas dos opositores, principalmente os da Assembleia Legislativa, além da defesa do legado do Governo Renan Filho. Defesa seguida à risca.

A criação do Fundo Estadual de Combate ao Câncer, que só precisa de regulamentação do Executivo, não deve sair do papel porque o projeto era da deputada Jó Pereira (PSDB), hoje nome de oposição aos Calheiros e cotada a ser vice do senador Rodrigo Cunha (União Brasil) na disputa ao governo. Apesar de ainda se manter distante do embate entre Calheiros x Lira (e vice e versa) a máquina estadual se prepara para dar respostas às denúncias antigas e novas.

Já estão preparados argumentos para a compra de respiradores que não foram entregues pelo Consórcio Nordeste; o dinheiro do Fundo Estadual de Combate à Pobreza (Fecoep) que não é usado exclusivamente para ações emergenciais a quem está abaixo da linha da pobreza, incluindo a compra de caminhões compactadores que a oposição diz terem sido superfaturados. O governo nega.

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