Número de candidatos "doutores" para Assembleia Legislativa cresce 450%

O número de candidatos que se utilizam do título de Dr. para ganhar visibilidade durante o processo eleitoral em Alagoas cresceu desde o último pleito. Entre médicos e veterinários, estão também advogados e serventuários de Justiça que representam neste ano um aumento de 450% se comparado ao realizado em 2018.

Em números absolutos, apenas dois “doutores” se utilizaram do título para se candidatar na última eleição: o médico Dr. Hemerson Casado (PP), como suplente, e o Serventuário da Justiça Dr. Paulo (Solidariedade), mas nenhum conseguiu se eleger.

Neste ano, por outro lado, 11 candidatos entre médicos, veterinários e advogados colocaram o título para aparecer na urna de votação durante o pleito. São eles: Drª Aldinha (advogada), Drª Edja Cavalcanti (médica), Drª Karla Tavares (odontologista), Drª Marluce Soares (advogada), Dr. Jairo Miranda (veterinário), Drª Sâmea Rafaella (Advogada), Dr. Carlos Albuquerque (advogado), Dr. Rafael Toledo (biomédico), Dr. Ronaldo Luz (médico), Dr. Valmir Gomes (médico) e Dr. José Wanderley Neto (médico).

Apesar de nem todos possuírem doutorado, especialistas afirmam que devido à tradição, não é errado chamar médicos e advogados de doutores. Porém, frisam que não pode haver imposição para o uso do termo, pois na legislação brasileira não há nenhuma norma que determine que qualquer profissional sem título de doutorado seja chamado de doutor.

Um dos principais argumentos para que os advogados sejam chamados de doutores é uma lei promulgada no Brasil há quase 200 anos, mas as principais entidades relacionadas a advogados e a médicos, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Conselho Federal de Medicina (CFM) não possuem até o momento posicionamento oficial sobre o tema polêmico.

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