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Divisão do butim

19/08/2024 - 13:05

ACESSIBILIDADE


Quem se der ao trabalho de dar uma espiada na folha de pagamento dos órgãos dos três poderes logo conclui que em Alagoas as elites política e econômica se apoderaram do Estado e há muito dividem o butim entre si. Na outra ponta estão os deserdados da política, que formam um batalhão de miseráveis, sobrevivendo das migalhas do poder público, quando não, da caridade social.

A maioria dos cargos públicos efetivos do Estado está em mãos de famílias tradicionais que se sucedem nesses postos ao longo da história, transformando a máquina estatal em verdadeiros feudos. Entra governo e sai governo e esses privilegiados não deixam de sugar o erário.

Nos cargos comissionados a situação é mais escandalosa pelo grande número de parentes e aderentes que ocupam esses postos e recebem altos salários sem trabalhar. São servidores fantasmas, parasitas dos cofres públicos.

O Tribunal de Contas de Alagoas – que deveria zelar pela lisura das contas públicas – é um bom exemplo dessa bandalheira com dinheiro dos pagadores de impostos. A folha de pagamento do órgão está lotada de servidores fantasmas que recebem altos salários sem precisar comparecer ao local de trabalho.

Todos eles são membros de conhecidas famílias alagoanas que ocupam cargos nos três poderes da máquina estatal. O tráfico de influência e o nepotismo cruzado são os mecanismos usados para se apoderar desses postos sem qualquer dos critérios exigidos no acesso aos cargos públicos.

A lista dos funcionários fantasmas é integrada por filhos e parentes de governadores, deputados, prefeitos, juízes, desembargadores, procuradores, promotores, delegados e outros membros da elite que habitam o topo da pirâmide social. Esse sumidouro de dinheiro público se sucede de governo para governo, sem qualquer perspectiva de um ponto final.

Que Alá salve Alagoas.


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