Luz no túnel da impunidade

A prisão do policial civil Eudson Oliveira de Matos pela Polícia Federal reacendeu a esperança de que os mandantes do assassinato de Kleber Malaquias sejam conhecidos e denunciados à Justiça. O empresário foi executado a tiros em julho de 2020 em Rio Largo, mas até agora só foram presos os autores materiais do crime.

O inquérito policial conduzido pelo delegado Daniel Mayer concluiu que o assassinato foi crime de pistolagem, mas os mandantes permanecem na impunidade. A expectativa é de que o policial Eudson Oliveira, último acusado preso na semana passada, revele o nome dos autores intelectuais do homicídio.

A participação de policiais militares e civis na trama criminosa contra Kleber Malaquias é um forte indício do envolvimento de políticos na morte do empresário. A polícia tem indicadores de que Eudson Oliveira Matos atuou como intermediário entre os possíveis mandantes e os pistoleiros.

Fontes da segurança pública não descartam a possibilidade de que os autores intelectuais sejam denunciados até o dia 19 próximo, data do julgamento de três dos sete réus denunciados como matadores do empresário. Eles serão julgados pelo Tribunal do Júri no Fórum de Maceió.

Será uma boa oportunidade para o Governo Paulo Dantas dar uma satisfação aos alagoanos sobre este e outros crimes de mando ocorridos no estado nos últimos anos, cujos mandantes permanecem em liberdade. Há fundadas suspeitas de que esses senhores do crime sejam acobertados pelo sistema político e econômico.

Vale lembrar também o assassinato do vereador Neguinho Boiadeiro, em Batalha, do empresário Rodrigo Alapenha, em Delmiro Gouveia, e mais recentemente a morte do blogueiro Adriano de Farias, em Junqueiro. Todos considerados crimes de pistolagem, desgraça que insiste em sujar de sangue a história de Alagoas.