Eletrobras e BTG são as grandes vencedoras de leilão de transmissão

Por Agência Estado 28/03/2024 - 21:42

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A Eletrobras e o BTG Pactual foram os maiores vencedores do primeiro leilão de transmissão deste ano, realizado ontem, na B3, em São Paulo. Os 15 lotes ofertados, que somam 6.464 quilômetros (km) e investimentos de R$ 18,2 bilhões, foram arrematados. No total, a contratação somou receita anual de R$ 1,77 bilhão, deságio médio de 40,78% em relação ao valor estipulado pelo governo, de R$ 2,99 bilhões.

Pelos cálculos da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a economia do consumidor chega a R$ 30 bilhões nos 30 anos de concessão.
Mais uma vez, o leilão de licitação de linhas de transmissão teve forte disputa com a participação de pelo menos 12 empresas, apesar da ausência de alguns dos grandes nomes do segmento, como Isa Cteep, Taesa, Cemig e Copel. Foi confirmada a expectativa de protagonismo da Eletrobras, por meio de sua subsidiária Eletronorte, que ficou com quatro lotes (1, 3, 5 e 9), o que corresponde a uma receita de R$ 590 milhões. Com isso, a companhia se comprometeu com um investimento de R$ 5,59 bilhões.

Já o Fundo de Investimento em Participações Development Warehouse (FIP Warehouse), do BTG, levou três lotes, que totalizam receita de R$ 559 milhões e exigem um investimento estimado pela Aneel em R$ 6,49 bilhões. O banco arrematou o maior lote ofertado, o de número 6, que exigirá sozinho R$ 3,4 bilhões em investimentos para construir 951 quilômetros de linhas entre a Bahia e Minas Gerais.

A portuguesa EDP também esteve entre as que mais arremataram ativos e ficou com os lotes de número 2, 7 e 13, nos Estados do Piauí, Bahia e Tocantins. A receita é de R$ 288,4 milhões, enquanto a Energisa ficou com o lote 12, entre o Maranhão e Piauí, com uma receita de R$ 112,5 milhões e investimento de R$ 932,5 milhões.

INOVAÇÕES

Além dessas empresas, dos principais nomes do setor, a Alupar arrematou o lote 15, em Minas Gerais. O ativo tem receita de R$ 154,4 milhões. O investimento previsto é de R$ 1,39 bilhão. A espanhola Cox, que adquiriu no ano passado o grupo Abengoa, arrematou o lote 10, marcando a retomada da presença no segmento de transmissão como operador.

O edital deste leilão incorporou algumas inovações quanto à qualificação técnica das proponentes, de modo a evitar que aventureiros ganhem o certame e represente uma dor de cabeça ao governo, como em outras ocasiões. Ainda assim, empresas menos conhecidas no setor também arremataram ativos no leilão, a exemplo da Brasiluz Eletrificação que conseguiu o lote 8, no Rio de Janeiro; e do Consórcio Paraná IV, que ficou com o lote 11, no Mato Grosso do Sul.


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