Juiz põe dono de Porsche no banco dos réus, mas nega terceiro pedido de prisão

Por Agência Estado 02/05/2024 - 19:54

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A 1ª Vara do Tribunal do Júri de São Paulo tornou réu o empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, por homicídio doloso qualificado e lesão corporal gravíssima, em razão de um acidente há um mês, quando dirigia um Porsche na Avenida Salim Farah Maluf, zona leste de São Paulo. A Justiça, porém, negou o terceiro pedido de prisão do empresário. A Promotoria havia defendido a custódia preventiva para evitar que ele influenciasse testemunhas. Segundo o Ministério Público, Andrade Filho já adotou tal conduta nas investigações.

O juízo não viu tal risco. Ao longo do inquérito, a Polícia Civil pediu outras duas vezes a prisão do empresário, e a Justiça também negou.
Jonas Marzagão e Elizeu Soares de Camargo Neto, advogados de Andrade Filho, disseram que vão examinar a denúncia para depois se manifestar. Quando a acusação foi oferecida, disseram que não se manifestariam pois "os autos estão em segredo de Justiça".

DENÚNCIA

Segundo a denúncia do MP, Andrade Filho ingeriu álcool em dois estabelecimentos antes de dirigir e "optou por assumir o risco" de um eventual acidente, considerando que a namorada e um casal de amigos tentaram dissuadi-lo de dirigir. A acusação aponta que o empresário dirigia a 156 km/h na avenida da zona leste de São Paulo.

O acidente causou a morte do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, de 52 anos, cujo Sandero foi atingido pelo Porsche de Andrade Filho. O amigo do acusado, que estava no banco do carona, ficou dez dias na UTI e perdeu o baço. Na ocasião, a mãe de Andrade Filho esteve no local do acidente e PMs que atendiam a ocorrência permitiram que ele deixasse o local com ela para ir a um hospital, sem ter feito teste de bafômetro. Quando foram ao hospital para realizar o teste, os PMs descobriram que ele não havia ido para lá.


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