Rabbit R1, aparelho candidato a revolucionar a IA, é apenas um app para Android

Por Agência Estado 09/05/2024 - 17:54

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Uma descoberta intrigante abalou as bases do Rabbit R1, o assistente virtual portátil com inteligência artificial (IA). O repórter Mishaal Rahman do site Android Authority revelou que o aparelhinho roda Android internamente e toda a sua interface é alimentada por um aplicativo do sistema operacional do Google. A revelação coloca em cheque a reputação de um dos aparelhos que surgia como candidato a revolucionário no campo da IA.

Durante a investigação, o repórter conseguiu instalar o assistente em formato APK - formato de arquivo usado para distribuir e instalar aplicativos Android - em um celular Google Pixel 6A. Então, ele passou a responder às interações como se estivesse no próprio aparelho Rabbit R1. Para facilitar a interação com a IA, Rahman adotou o botão de volume como substituto para o botão físico do dispositivo portátil.

A instalação alternativa do assistente não oferece todas as funcionalidades do gadget, como o mecanismo de acionamento da câmera e a "roda de navegação" - componente físico que permite ao usuário navegar por menus e interfaces de forma mais simples. Mas, o processo indicou também que a Rabbit não tinha um aparelho tão único quanto fazia parecer.

Rahman sugere que o aplicativo parece ter sido projetado para pré-instalação no firmware - software básico instalado em dispositivos eletrônicos que controla suas funções essenciais - do dispositivo, dificultando sua instalação em celulares convencionais.

Em resposta, Jesse Lyu, CEO e fundador da Rabbit, defendeu o produto. Em comunicado ao The Verge, Lyu refutou as alegações, argumentando que o Rabbit R1 não é simplesmente um aplicativo Android. Ele afirmou que tanto o sistema operacional Rabbit OS quanto a IA do assistente operam principalmente na nuvem, utilizando uma versão personalizada do Android Open Source Project (AOSP).

Isso quer dizer que eles modificam o código aberto do Android para adaptar ao funcionamento do Rabbit R1, além de realizar ajustes também no software básico do dispositivo. Assim, de acordo com o CEO, só instalar o app do assistente em outro dispositivo não funcionaria, porque ele precisaria das mudanças no firmware e da conexão com a nuvem para operar como deveria.

Durante a Consumer Electronics Show (CES) de 2024, a startup Rabbit chamou a atenção ao lançar o R1, dispositivo portátil capaz de comandar um celular por meio de comandos de voz para a IA da empresa. Logo após o lançamento, o R1 já estava com 10 mil unidades vendidas, mesmo só tendo sido entregue a partir de abril para os compradores.

*Alice Labate é estagiária sob supervisão do editor Bruno Romani


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