SEGURANÇA

Em caso de incêndio, chame os Bombeiros e o corretor de seguros

Corretor de seguros conquista cada vez mais a confiança da população
Por Valdete Calheiros 22/09/2017 - 08:57
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O serviço mais antigo realizado pelo Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas é o serviço de combate a incêndio - Fotos: Assessoria
O serviço mais antigo realizado pelo Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas é o serviço de combate a incêndio - Fotos: Assessoria

Existem mais semelhanças entre os profissionais do Corpo de Bombeiros e os corretores de seguros do que as respectivas rotinas de trabalho possam mostrar. São sempre eles, as primeiras pessoas a serem procuradas pelos cidadãos que sofreram sinistros como incêndios.

O Corpo de Bombeiros é, por anos consecutivos, a instituição brasileira com maior índice de credibilidade entre a população, como revelou o Índice de Confiança Social (ICS), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope). E, entre os demais profissionais, os corretores de seguros estão, a cada dia, conquistando mais a confiança da população que quer assegurar um bem para o resto da vida. 

No ano passado, o Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas registrou 176 ocorrências de incêndios em residências, seja casa ou apartamento.

Neste ano, até o momento, a corporação atendeu a cerca de 30 chamados de incêndios residenciais. Em muitos desses chamados, depois de socorridas as vítimas e passado o primeiro susto, os corretores de seguros são sempre lembrados.

Ou porque o imóvel estava assegurado e os prejuízos financeiros serão ressarcidos sem nenhum amargor para o proprietário ou porque o imóvel não tinha seguro e o proprietário irá arcar com o prejuízo financeiro e material.

O susto e o alívio

Uma das chamadas atendidas pelo Corpo de Bombeiros e depois pelo corretor de seguros foi da empresária Fernanda Rocha, cujo apartamento sofreu um incêndio provocado, segundo ela, por uma sobretensão na rede elétrica. 

 “Felizmente, no momento do ocorrido não havia ninguém em casa. Foi por volta das 13h30. Fui avisada pela minha vizinha, através de um telefonema. Os funcionários do prédio, treinados para intervir nesses casos, contribuíram para a diminuição dos danos, da mesma forma que a rápida chegada do Corpo de Bombeiros. Apesar das ajudas imprescindíveis, nossa família ficou com as lembranças do medo, da apreensão, da angústia e dos danos sofridos. A ideia de passar por um incêndio parece algo distante até o dia que você se vê dentro do acontecimento”, lembrou emocionada.

O prejuízo ficou em torno de R$ 50 mil. O prédio não tinha seguro, no entanto, a família de Fernanda Rocha tinha acabado de fazer um seguro residencial. “Por sorte, havíamos contratado o seguro residencial cerca de três meses antes do ocorrido”.

Precavida, a empresária, que inaugurou uma clínica de depilação meses depois do incêndio, só abriu as salas do espaço de beleza depois de assinar o seguro empresarial. 

“Vivi na pele a importância de procurarmos um corretor de seguro e entregarmos a ele nossos bens. É um investimento no futuro. No nosso futuro”, ensinou. 

Protegendo o patrimônio

O corretor de seguros Ailton José da Silva Júnior vê, em sua rotina diária de trabalho, o mercado de seguro residencial em Alagoas em constante crescimento. Assim como a empresária Fernanda Rocha, outras centenas de pessoas não querem ser surpreendidas por algum infortúnio.

De acordo com ele, as pessoas estão cada dia mais preocupadas em protegerem seus patrimônios e usufruir dos serviços oferecidos pelas seguradoras no seguro residencial.

“Além de assegurar o bem propriamente dito, o segurado ainda garante tranquilidade na hora, por exemplo, que precisar de um encanador, eletricista, consertos de eletrodomésticos e mais uma lista enorme de benefícios que são automaticamente contratados quando da assinatura de um seguro residencial”, explicou o corretor que está no mercado há 23 anos. 

O corretor de seguros Ailton Junior explica as vantagens do seguro residencial - Foto: Valdete Calheiros

Segundo Ailton Júnior, mesmo a cobertura mais básica oferece garantias contra incêndios, raios, explosões tanto para o prédio quanto para o que tem dentro dele.

“No entanto, existem outras propostas de coberturas bem mais amplas como para situações causadas por danos elétricos, responsabilidade civil familiar, roubo e furto, equipamentos eletrônicos, vendaval, desmoronamento. São situações a serem conversadas entre os clientes e os corretores de seguros. Por isso, a extrema importância de sempre procurar um profissional devidamente registrado na Susep (Superintendência de Seguros Privados)”, frisou.

O corretor Ailton Júnior também garantiu que existem vários tipos de seguros para vários tipos de bolsos. “O corretor de seguros habilitado consegue achar um contrato que se encaixe no perfil financeiro de qualquer cliente. Há ainda o seguro condomínio que cobre as áreas comuns do prédio. E se cada condômino quiser proteger seu patrimônio deverá procurar um corretor de seguros habilitado e fazer o seu seguro residencial com as coberturas que julgar necessárias”.

Ainda de acordo com Ailton Júnior, o mercado de seguros mostra que, mesmo em períodos de crise, a procura pelo serviço é constante. “A lógica é justamente essa. Nesse período de crise econômica é ainda mais prudente investir em seguros. O custo do cuidado é sempre menor que o custo do reparo”, sentenciou. 

Casos de incêndios

 O registro mais recente de incêndio – até a publicação desta reportagem – destruiu parte de uma galeteria na Mangabeiras, no início desta semana e ajudou a fazer deste ano um período atípico para o Corpo de Bombeiros que atendeu a dezenas de chamadas de sinistros causados pelo fogo e também pelas chuvas que ainda não deixaram Alagoas.

Apesar do susto, os proprietários não amargaram prejuízos maiores. Não houve feridos. Foi um incêndio de pequenas proporções, segundo o tenente Mário Gomes, que esteve no local assim que o Corpo de Bombeiros foi acionado.

O proprietário preferiu não comentar nada sobre os prejuízos causados pelo incêndio.

Trabalho árduo

Janeiro começou quente para os Bombeiros, dois incêndios foram registrados em prédios.

O primeiro foi no dia 10 em Mangabeiras. O apartamento estava vazio. Não houve feridos. E os Bombeiros foram acionados pelos vizinhos.

No dia 22 do mesmo mês, foi a vez de um apartamento no 9º andar de um prédio na Pajuçara. A porta do imóvel foi arrombada para que as chamas fossem controladas. Não havia morador dentro do apartamento na hora em que o fogo começou. Entre os moradores do edifício, ninguém ficou ferido. 

Em fevereiro, os bombeiros controlaram um incêndio em uma clínica na Ponta Verde. Segundo os militares que estiveram no local, o fogo foi causado por um curto-circuito. O sinistro foi rapidamente controlado. Não houve feridos.

Em abril, um incêndio de proporções médias atingiu o cômodo de um residência no Conjunto João Sampaio, na parte alta de Maceió. As chamas foram controladas por militares do Corpo de Bombeiros. Ninguém ficou ferido.

Em junho, um incêndio destruiu uma loja de produtos de utilidades na Praça Vicente de Menezes, no Centro de Delmiro Gouveia, sertão de Alagoas. Apesar dos danos materiais, ninguém ficou ferido. 

Em maio, um homem ficou ferido após incêndio provocado por explosão de celular. Willians da Silva teve 20% do corpo queimado. A esposa e o filho de nove anos do casal conseguiram sair do local sem ferimentos.

O celular era novo. Havia sido comprado sete meses antes e ainda estava na garantia na data da explosão.

Em julho, um incêndio destruiu uma loja de peças e serviços de motocicletas em Maceió. O estabelecimento estava vazio quando o fogo começou, possivelmente na madrugada, mas só foi percebido no início da manhã.

No mesmo mês, outra ocorrência. Um incêndio foi provocado por um curto em equipamento eletrônico em um apartamento localizado na Jatiúca em frente a um centro médico.

Os moradores foram alertados do incêndio pelo som de vidros estourando. Houve registro de pânico, gritos e muita correria. Alguns vizinhos ficaram feridos na correria para escapar do fogo. O proprietário teve prejuízos significativos no apartamento.

Segurança sempre

A Superintendência de Atividades Técnicas (SAT) do Corpo de Bombeiros, apesar de a corporação não separar para fins estatísticos quantos incêndios acontecem em casas e quantos acontecem em prédios residências, entende que devido aos cuidados preventivos cada vez mais exigidos em condomínios e a crescente fiscalização deste setor dos projetos de segurança contra incêndio e pânico, os apartamentos se tornam mais seguros contra incêndios do que as residências.

Nos prédios residenciais, é cada vez mais frequente a utilização de gás natural, de baixa pressão e com tubulação de cobre, e, por isso, mais resistente. O que torna esse tipo de edificação menos propensa ao risco de incêndios.

A maioria dos casos de incêndio é registrada durante a época em que as famílias ficam mais tempo dentro de casa, como nos períodos de férias das crianças ou épocas chuvosas.

Conforme o Corpo de Bombeiros, é nesse período que as pessoas mais ligam utensílios eletrônicos, causando uma sobrecarga na rede elétrica, provocando muitas vezes curtos-circuitos. E no período chuvoso, acontecem as infiltrações que atingem a rede elétrica.

As maiores causas são elétricas, os conhecidos curtos-circuitos que ocorrem devido à sobrecarga da rede ou uso de muitas tomadas nos chamados “Ts” ou através dos incêndios domésticos.

O Corpo de Bombeiros listou algumas informações valiosas para serem adotadas no dia a dia a fim de evitar riscos de incêndios: 

* Cigarros: Jamais brinque com fogo. Um cigarro mal apagado, jogado em uma lixeira com papeis pode causar uma catástrofe. Coloque o cigarro apagado somente em um cinzeiro ou em uma caixa de areia. Cuidado com os fósforos. Apague-os na água, antes de jogá-los fora. Não fume na cama ou quando estiver com sono. Mantenha fósforos e isqueiros longe do alcance das crianças. 

* Evite usar espiriteira (espécie de lamparina a álcool), pois sua utilização é insegura. 

* Nunca apoie velas sobre caixas de fósforos, nem sobre materiais combustíveis. 

* Não deixe cortinas compridas ou tapetes sobre fios elétricos. 

* Muitos incêndios foram iniciados, porque o ferro de passar roupa, após o uso, foi esquecido ligado.

* Não limpe o piso de sua casa com gasolina ou solventes. Lembre-se que os vapores com o ar formam misturas explosivas.

* Se possível coloque seu botijão de gás fora de casa. É importante fechar o registro do gás, quando não estiver utilizando o fogão. É de se frisar, que normalmente os vazamentos ocorrem depois do regulador de pressão e desta forma, o botijão nem sempre é o culpado. Geralmente a explosão não é do botijão e sim da mistura do gás com o ar, que queima numa fração de segundos, causando a explosão. Se ao chegar em casa, sentir cheiro de gás, não acenda a lâmpada, pois isso pode ocasionar uma imediata explosão.

* Jamais deixe o que está cozinhando sem supervisão. 

* Nunca coloque papel alumínio ou algum metal dentro do forno de microondas. 

* Lembre-se que a distância ideal do aquecedor para qualquer objeto incendiário é de um metro. 

Cuidados com eletricidade

A sobrecarga na instalação elétrica é uma das principais causas de incêndio. Se a corrente elétrica estiver acima do que à fiação suporta, ocorrerá superaquecimento dos fios, podendo dar início a um incêndio. Desta forma, não ligue mais de um aparelho por tomada. Não faça ligações elétricas provisórias, conhecidas vulgarmente por “gambiarras”. Fios descascados quando encostam um no outro, provocam curto-circuito e faíscas. 

Chame um eletricista qualificado para executar ou reparar as instalações elétricas ou quando encontrar um dos seguintes problemas:

* Constante abertura dos dispositivos de proteção (disjuntores); 

* Queima frequente de fusíveis;

* Aquecimento de fiação ou disjuntores; 

* Fiações expostas;

* Lâmpadas incandescentes instaladas diretamente em torno de material combustível, pois elas liberam grande quantidade de calor; e

* Inexistência de aterramento adequado para as instalações e os equipamentos, tais como torneiras e chuveiros elétricos, ar condicionado etc. Evite aterrá-los em canos d´água.

Legislação mais rígida 

Em março, a presidência da República sancionou a lei de combate a incêndio em locais públicos. A lei 13.425/2017 define normas mais rígidas sobre segurança, prevenção e proteção contra incêndios em estabelecimentos de reunião de público. A norma, conhecida como “Lei Kiss”, vem para prevenir possíveis tragédias como a da Boate Kiss, em Santa Maria (RS), que deixou 242 mortos em 2013.

A legislação, publicada no Diário Oficial da União, traz em seu artigo 21 que “os órgãos de fiscalização do exercício das profissões de engenheiro e arquiteto, em seus atos de fiscalização, exigirão a apresentação dos projetos técnicos elaborados pelos profissionais, devidamente aprovados pelo poder público municipal”, sendo eles o cálculo estrutural, as instalações prediais e urbanização.


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