Colônia Leopoldina
Policiais trabalham como carcereiro e faxineiro
O Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sidnpol) constatou a desobediência da Delegacia Geral de Polícia diante da determinação da Justiça pela interdição da carceragem da Delegacia de Colônia Leopoldina devido às precárias condições.
O descaso vem desde 2016, quando o Ministério Público Estadual (MPE-AL entrou com ação de interdição da carceragem, a qual teve pedido acolhido pela Justiça. No entanto, a Delegacia Geral não respeita a decisão do juiz Gilvan de Santana Oliveira.
Na decisão, o magistrado determinou a reforma da carceragem e das condições estruturais da delegacia, mas que até o momento não foi obedecida. Existem sete presos em precárias condições.
O vaso sanitário da carceragem está entupido. Os presos dormem no chão. A fiação elétrica da delegacia está exposta com risco iminente de curto circuito e incêndio.
Na inspeção, realizada pela diretoria do Sindpol, constatou-se que a Delegacia Geral realizou uma reforma ‘maquiada’, dando um ‘banho de cal’ nas paredes para dizer que reformou, a fim de liberar a carceragem.
“Enquanto isso, toda a estrutura continua precária e insalubre. Os policiais civis estão tendo que conviver em um ambiente sujo e doentio, tendo que atender a população nessas condições”, denuncia o presidente do Sindpol, Ricardo Nazário.
O sindicalista destaca que há mofo, infiltrações e rachaduras nas paredes. "Há um buraco na parede do xadrez, feito pela Delegacia Geral, para dizer que o ar circula, deixando os policiais civis vulneráveis a situação de violência e de fugas de presos".
O presidente do Sindpol também informa que a delegacia não possui mais a zeladora e os policiais civis estão fazendo a limpeza da delegacia. “Os policiais civis estão trabalhando como carcereiro e faxineiro, lavando banheiro, passando pano na delegacia”, revela.
Foi realizado laudo pericial da Vigilância Sanitária condenando as condições das delegacias. A perícia informa que os presos podem cavar túnel, pois o piso não é apropriado para a carceragem. “O Estado não pode colocar em risco a vida, a saúde e a integridade física dos policiais civis e da população”, alerta Nazário.