feminicídio

Jovem foi torturada e estuprada por cinco horas, diz delegado

Suspeito levou filhos ao local do crime para ensinar a matar
Por Bruno Fernandes 12/02/2019 - 16:25

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Coletiva realizada na sede da SSP - Foto; Bruno Fernandes
Coletiva realizada na sede da SSP - Foto; Bruno Fernandes

A jovem Joyce da Silva Alves, 22, encontrada na manhã desta terça-feira, 12, no Village Campestre, em Maceió, foi morta por ter feito o sinal de uma facção criminosa. A informação foi repassada pela Polícia Civil durante coletiva de imprensa realizada na sede da Secretaria de Segurança Pública de Alagoas (SSP-AL), no Centro de Maceió.

Na reunião, que contou com a presença do secretário de Segurança Pública de Alagoas, coronel Lima Jr; do delegado geral da Polícia Civil, Paulo Cerqueira; do delegado Thiago Prado e do também delegado Fábio Costa, foi informado que a jovem foi torturada e estuprada por aproximadamente cinco horas antes de ser executada.

Segundo o secretário, a motivação foi porque acharam, durante uma festa, que Joyce da Silva era integrante de uma facção oposta a dominante do bairro. Ela deixa uma filha pequena, que não teve a idade revelada.

“Ela estava em uma festa quando fizeram um símbolo pra ela e ela respondeu com outro que é muito semelhante a de uma outra facção. Acharam que ela era integrante e praticaram o crime”, disse o secretário.

O local do corpo, de acordo com o delegado Fábio Costa, foi apontado por um dos autores. Os criminosos caminharam cerca de duas horas com a vítima já com os cabelos cortados. Alguns vídeos gravados pelos criminosos também serão usados na investigação.

“Ela foi assassinada com golpes de madeira e teve uma estaca cravada no rosto, consumando a morte. Embora fosse usuária de drogas, ela não fazia parte de nenhuma facção”. A festa foi realizada na casa de um dos autores. 

Ao todo oito pessoas foram indiciadas, são eles: Elthon Jhon Bento da Silva, 31; Clécio Gomes Barbosa, 25; e Jullyana Karla Soares da Costa, 25, apontados como os autores dos golpes. Lady Laura Rodrigues Paulino, 18; G.V.S.S, 15; Maria Mariá Araújo Epifanio, 20, e J.C.S, 15, são acusados de instigarem a prática.

Um homem identificado como Severino José da Silva Filho, 38, foi indiciado por receptação criminosa por ter comprado o celular da vítima. Os outros responderão por tortura, homicídio triplamente qualificado, associação criminosa, ocultação de cadáver e estupro, este último praticado por Elthon Jhon.

“Maria Mariá era amiga da vítima e pertencia a uma facção. Ela instigou o crime. Todos confirmaram participação. Todos estão presos e os menores apreendidos” declarou o delegado Thiago Prado.

Ainda de acordo com o delegado, Elton Jhon, teria levado seus filhos de 5 e 8 anos ao local do crime para verem o corpo e “ensinar como se faz com faccionados do lado oposto".


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