TRAGÉDIA AMBIENTAL
Resíduos de petróleo chegam às praias de Maceió
Moradores de Ipioca temem a contaminação e morte de espécies no manguezalOs resíduos de petróleo cru que poluem o litoral nordestino desde setembro chegaram à Maceió. Ontem, ao longo da areia das praias de Ipioca, último bairro da capital alagoana e que faz divisa com o município de Paripueira, vários pedaços do óleo viscoso foram localizados por banhistas e moradores.
A região é uma das bonitas do litoral alagoano com preservação da rusticidade, vegetação de mangues e rios. A população teme a morte de espécies, principalmente caranguejos, que são abundantes no manguezal.
Ontem, o Ibama atualizou os número dessa tragédia ambiental: o óleo já atingiu 156 pontos do litoral do Nordeste, espalhados por 71 municípios. Os nove estados nordestinos foram afetados. Nesta semana, o Rio Grande do Norte é o estado com óleo em mais localidades. São 43 áreas atingidas; seguido por Bahia (21) e Pernambuco (19).
Em Sergipe, as manchas estão distribuídas em 17 pontos e todas as praias do estado foram afetadas. O juiz federal Fábio Cordeiro de Lima determinou que o governo federal e o Ibama implantem, em até 48 horas, barreiras de proteção em cinco rios de Sergipe para impedir a entrada do resíduo de petróleo.
A Petrobras diz que o petróleo cru que atinge o litoral nordestino não é produzido nem comercializado pelo Brasil. O relatório interno da companhia afirma que as manchas que estão poluindo praias do Brasil são uma mistura de óleos da Venezuela. O governo venezuelano nega ter responsabilidade pelo material.