SEM RECUPERAÇÃO
"Incompatíveis para convívio social", diz psicóloga sobre integrantes do PCC
A frieza e a capacidade de manipulação para executar rivais ou integrantes da própria facção, o Primeiro Comando da Capital (PCC), que infringiram regras, chamaram a atenção dos investigadores da operação Flash Back, deflagrada na quarta-feira, 27, em Alagoas e mais sete estados.
Até o momento, a ação tem um saldo de 81 prisões, além da apreensão de celulares, armas e outros materiais que comprovam a participação dos presos em crimes e sua ligação com o PCC.
Uma psicóloga, que integrou a equipe investigativa em Alagoas, se debruçou sobre o vasto material colhido durante os sete meses de investigação e destacou indícios da personalidade criminosa dos indivíduos alvo da operação.
Durante os chamados “julgamentos”, os criminosos mostram destacada capacidade de manipulação, forjando uma falsa empatia para atingir o objetivo que desejam. Frases como “eu entendo” e “eu também já errei”, com alto poder de convencimento para que o julgado relate o que os julgadores esperam, indicam como os criminosos são manipuladores, sempre na intenção de se conseguir o objetivo pretendido.
Para a psicóloga da equipe investigativa, que não terá o nome divulgado, em um momento de execução, a frieza emocional impacta até mesmo o profissional acostumado a lidar com a complexidade humana, pois tais atos apresentam-se num nível tão extraordinário que é similar a quem foi desempenhar uma atividade comum, como ir ao escritório digitar um documento, e posteriormente, passa a falar de coisas banais e fazer brincadeiras.
A especialista destaca ainda que esses indivíduos aparentam ter uma índole e personalidade incompatíveis com qualquer convívio social legal e moral e, portanto, recorrem a regras e normas específicas da facção, cobertas com uma máscara de sociabilidade que se tenta passar por aceitável.