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Desembargador manda soltar advogados acusados de extorsão

O desembargador do Tribunal de Justiça (TJ), Washington Luiz Damasceno Freitas, concedeu na noite da quinta-feira, 4, o habeas corpus a dois advogados acusados de participação em esquema de extorsão a presidiários.
Um dos beneficiados é Hugo Braga, filho do juiz José Braga Neto, titular da 16ª Vara Criminal, que estava foragido, mas se entregou à Justiça ontem.
Diferentemente de Braga, Fidel Dias de Melo Gomes, que também recebeu o habeas corpus, chegou a ser preso pela operação policial Bate e Volta.
Segundo o desembargador, a prisão do filho do magistrado seria "desnecessária". "Não foi indicado fato concreto que sugerisse qualquer interferência na produção de provas", justificou.
Já sobre Melo Gomes, Freitas enfatizou que "é absolutamente nula a decisão que decreta a prisão temporária, representada pela autoridade policial, sem prévia manifestação do Ministério Público".
E na manhã desta sexta-feira, 5, a assessoria de comunicação do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) confirmou que advogado, Ruan Vinícius Gomes de Lima, também conseguiu a soltura.
A operação
Extorsão, associação criminosa e exploração de prestígio são apenas alguns dos crimes atribuídos a uma quadrilha de jovens advogados que desde 2016 vinha agindo nos presídios de Alagoas.
Esta semana, a prisão de três deles em uma operação da Polícia Civil – denominada Bate e Volta – reacendeu a acusação feita três anos atrás pelo Sindicato dos Agentes Penitenciários de Alagoas contra o juiz José Braga Neto.
Titular da 16ª Vara Criminal / Execuções Penais, ele é pai do advogado Hugo Soares Braga, acusado de chefiar a quadrilha que, em troca de dinheiro em espécie e até imóveis, obtém a transferência de presos qualificados como perigosos para Maceió e até a redução de suas penas.
O detalhe: as decisões de transferência ou progressão de regime cabem justamente a seu pai, Braga Neto.
Depoimentos obtidos com exclusividade pelo EXTRA mostram que a mesma Polícia Civil que esta semana efetuou a prisão dos advogados Fidel Dias de Melo Gomes, Ruan Vinícius Gomes de Lima e Rossemy Alves Doso permitiu que o esquema se mantivesse por ao menos três anos desde a denúncia do Sindapen.
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