BAIRROS AFUNDANDO
Braskem vai usar seguro para 'compensar gastos' com bairros afundando em Maceió

A Braskem tem condições financeiras de fazer frente aos gastos com o problema geológico em Maceió (AL), cuja conta neste momento está em R$ 10 bilhões, sem pressionar seu balanço, disse o vice-presidente de finanças e relações com investidores da petroquímica, Pedro Freitas.
Ao fim do ano passado, a provisão com Alagoas está estimada em R$ 8,8 bilhões — R$ 1,2 bilhão já foram desembolsados. Em 2021, a Braskem prevê desembolsar R$ 4,1 bilhões com Alagoas.
De acordo com reportagem publicada no portal Valor, além de recursos em caixa, há ganhos não operacionais e não recorrentes esperados que fortalecem a posição financeira da companhia.
Entre os valores esperados está um seguro de US$ 330 milhões (cerca de R$ 1,7 bilhão ao câmbio de hoje) e a monetização de R$ 1 bilhão em créditos de PIS e Cofins ainda em 2021. “O excesso de caixa e ganhos não recorrentes são suficientes para cobrir os gastos”, disse Freitas.
Conforme o executivo, embora a Braskem tenha avançado nos acordos com autoridades no Brasil, há ações individuais e uma ação coletiva nos Estados Unidos que devem ser negociadas e são prioridade neste ano. A “class action” ainda está em estágio inicial, acrescentou.
Em novembro do ano passado, a empresa retornou as atividades na fábrica de cloro-soda no Pontal da Barra, em Maceió. A comunicação oficial da empresa foi feita pelo diretor-industrial de Vinílicos em Alagoas, Hélcio Colodete, em reunião na Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (FIEA).
A empresa interrompeu as operação de extração do sal-gema no estado em maio de 2019, quando foi divulgado relatório do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), que apontou a operação da Braskem como causa de rachaduras em bairros de Maceió.
A retomada das operações na unidade de cloro-álcalis da Braskem em Maceió com sal-gema importado poderá recuperar metade do resultado operacional que a companhia deixou de auferir na unidade de vinílicos quando deixou de extrair seu próprio sal e passou a importar soda cáustica e EDC, usado na produção do PVC.
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