RIO LARGO

Abusos sexuais em escola aconteciam há 10 anos

Vítimas não procuraram Conselho Tutelar temendo impunidade por ingerência política
Por Bruno Fernandes 09/10/2021 - 16:09
Atualização: 10/10/2021 - 06:43
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Divulgação AME
Advogada Júlia Nunes acompanha o caso
Advogada Júlia Nunes acompanha o caso

As 30 vítimas de abuso sexual que teria sido praticado por um professor e um motorista do Colégio Agnus Dei COC, localizado em Rio Largo, região metropolitana de Maceió, não procuraram o Conselho Tutelar da região por medo de parcialidade do colegiado na condução das denúncias. A informação foi confirmada ao EXTRA pela advogada Júlia Nunes, presidente da AME, que recebeu a maioria das denúncias.

“Pelo que a maioria das vítimas me passaram nos relatos, o Conselho Tutelar, por ser um órgão público, elas temiam que existisse alguma escolha política e que os membros tivessem uma postura parcial ao analisar o caso, por isso preferiram criar um perfil no Instagram e fazer as denúncias”, revela a advogada que está acompanhando as vítimas.

Os supostos abusos que aconteciam há pelo menos 10 anos, segundo relatos feitos à advogada, vieram a público no dia 21 de setembro depois que as vítimas começaram a reproduzir nas redes sociais mensagens atribuídas aos investigados. O caso está sendo investigado pela delegacia da Polícia Civil em Rio Largo.

“Elas [as vítimas] também justificam medo para denunciar os acusados na delegacia porque esses indivíduos, que são irmãos e que eu os considero de grande periculosidade, continuam soltos. Estamos trabalhando para fortalecer o psicológico delas para que possam formalizar as denúncias junto ao delegado”, detalha a advogada sobre o motivo pelos quais algumas denúncias ainda não foram feitas oficialmente.

A Polícia Civil informou, no entanto, que instaurou inquérito para investigar as denúncias, mas que não pode repassar detalhes porque o caso envolve menores de 18 anos. Os nomes dos investigados não foram divulgados pela polícia em cumprimento à Lei de Abuso de Autoridade. Até o momento, apenas três vítimas denunciaram oficialmente os abusos, entre elas estão duas adolescentes e uma criança.

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