SEQUESTRO E OCULTAÇÃO DE CADÁVER

Justiça mantém prisão dos PMs acusados na morte de Jonas Seixas

Por Tâmara Albuquerque 20/10/2021 - 18:43
Atualização: 20/10/2021 - 20:00

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Jonas Seixas desapareceu após abordagem policial
Jonas Seixas desapareceu após abordagem policial

A justiça manteve a prisão dos policiais militares acusados no desaparecimento do servente de pedreiro Jonas Seixas da Silva, ocorrido em outubro do ano passado. Os policiais Fabiano Pituba Pereira, Jardson Chaves Costa, Filipe Nunes da Silva, João Victor Martins de Almeida e Tiago de Azevedo Lima são acusados, segundo o juiz Ewerton Luiz Carminati, da 7ª Vara Criminal da Capital, de assassinato e ocultação de cadáver.

Jonas Seixas, que tinha 32 anos, entrou na viatura policial após abordagem realizada no dia 9 de outubro de 2020, no Jacintinho, em Maceió. Depois disso, nunca mais foi encontrado.

Na decisão publicada nesta quarta-feira (20), o juiz ressalta que a materialidade do delito está suficientemente demonstrada pelos relatos das testemunhas. Segundo o documento, a prisão preventiva dos acusados é apontada como a medida para garantir a ordem pública. “Os acusados são agentes públicos, que andam munidos com armamentos fornecidos pelo Estado e, por isso, podem, eventualmente, coagir testemunhas e declarantes, mediante violência ou grave ameaça, colocando em risco a instrução processual”, afirma o juiz.

Os policiais foram presos no dia 10 de março de 2020. Os mandados de prisão temporária foram expedidos pela 7ª Vara Criminal da Capital, após parecer favorável do Ministério Público do Estado e depois de uma representação formulada pela comissão da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que investiga o caso.

Em abril deste ano, os acusados foram indiciados por sequestro qualificado, tortura, homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

O juiz Ewerton Carminati considerada que o modus operandi dos acusados, conforme constatou nos autos, aponta que os PMs sequestraram a vítima, submeteram-na a uma sessão de tortura e a assassinaram, ocultando o seu cadáver posteriormente.

“Feitas tais considerações, INDEFIRO o pedido de Liberdade Provisória e reavalio a prisão preventiva dos réus, mantendo a medida segregacional, nos termos dos arts. 312 e 313, I e II, do Código de Processo Penal”.

A versão dos militares é de que três viaturas com oito policiais foram à casa de Jonas para realizar a abordagem, mas o motivo da ação policial não foi informado. Na ocasião, Jonas foi levado em uma viatura. Eles disseram aos investigadores da PM que liberaram o servente de pedreiro com vida no bairro de Jacarecica, o que foi descartado nas investigações.


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