CRÉDITO CONSIGNADO

PC prende grupo acusado de aplicar golpes em servidores de Alagoas

Cerca de 100 pessoas podem ter sido vítimas do crime
Por Bruno Fernandes com Ascom PC 28/04/2022 - 16:52
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Ação foi comandada pelos delegados José Carlos, coordenador da Deccor e Lucimério Campos
Ação foi comandada pelos delegados José Carlos, coordenador da Deccor e Lucimério Campos

Um grupo criminoso envolvido na prática de estelionato, lavagem de capitais e organização criminosa contra servidores estaduais de Alagoas foi preso na manhã desta quinta-feira, 28, pela Polícia Civil de Alagoas.

Segundo a PC, foram apreendidos cerca de R$ 6 milhões, e R$ 100 mil, em dinheiro. Entre os bens, estão três carros de luxo, uma casa (num condomínio de luxo na Serraria) e dois apartamentos (no Farol e na Pajuçara), também de luxo.

Os mandados expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital tiveram parecer favorável do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Estado (MPAL).

O golpe, descoberto a partir de investigações que duraram cerca de dois anos, era aplicado a partir de atividades da empresa MinasCred, localizada na Rua Barão de Penedo, em Maceió, que funciona como uma empresa de empréstimos consignados a pessoas físicas, especialmente a servidores públicos.

De acordo com as investigações, servidores superendividados eram cooptados a realizar empréstimos consignados, mesmo sem margem consignável, a fim de quitar débitos com bancos e correspondentes, sendo que tais serviços fornecidos pela líder da organização onerava excessivamente os “clientes”, que além de concordarem com negócios dos quais não tinham qualquer noção de valores e juros, ainda eram obrigados a fornecerem senhas, abrirem contas e assinarem papéis, tudo às cegas.

Ao recepcionar as vítimas endividadas e sem margem consignável, os integrantes do grupo as convenciam pagar uma taxa de serviço de 15% sobre as dívidas já contratadas para em seguida contratar novo empréstimo, cujo valor nunca chegava a essas vítimas.

A elas, eram pagos apenas valores definidos pelo grupo criminoso. Para concretizar o golpe, eles diziam que liberariam a margem consignável, mas o novo empréstimo – com valores bem superiores – acabavam nas mãos dos golpistas.

Segundo o delegado Lucimério Campos, a estrutura da MinasCred era usada para essa transação e os valores eram creditados nas contas criadas apenas para receber o empréstimo. Em seguida, operadores da líder do grupo efetuavam saques e transferência para contas da estelionatária.

Além da líder da organização, de 51 anos de idade, também faziam parte do grupo o marido dela, de 66 anos, dois filhos, um contador e laranjas que faziam os saques do dinheiro resultante do golpe.

A polícia acredita que mais de 100 pessoas tenham sido vítimas do crime, e revelou que a mulher, acusada de liderar a organização criminosa, já atua desde 2005 no mercado, em Maceió.

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