GANGUE FARDADA

Julgamento dos cinco réus acusados na execução do cabo Gonçalves pode ser encerrado nesta quarta-feira

Crime foi cometido há 26 anos e é considerado queima de arquivo
Por Tamara Albuquerque 25/01/2023 - 08:04
Atualização: 25/01/2023 - 12:07
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Bruno Fernandes/Extra
Julgamento dos réus no assassinato do cabo Gonçalves
Julgamento dos réus no assassinato do cabo Gonçalves

O julgamento das cinco pessoas acusadas no assassinato do "Cabo Gonçalves", como era conhecido a vítima José Gonçalves da Silva Filho, terá continuidade nesta quarta-feira, 25, no Fórum do Barro Duro, em Maceió.

Após quase 27 anos da execução, ocorrida em maio de 1996, são julgados somente agora os réus Eufrásio Tenório Dantas, Valdomiro dos Santos Barros, Talvane Luiz da Silva, José Luiz da Silva Filho e Daniel Luiz da Silva. O julgamento começou nesta terça-feira, 24, e a previsão inicial é de que a sentença seja anunciada hoje pelo juiz que preside o processo Yulli Roter Maia na 7º Vara Criminal da Capital.

A primeira testemunha ouvida ontem foi a irmã da vítima, Ana Valença. O crime aconteceu em um posto de combustíveis na Avenida Menino Marcelo, no bairro do Antares, quando o então policial militar reformado foi emboscado e atingido por mais de 40 tiros de metralhadora e espingarda calibre 12.Pelo menos 12 homens, que fugiram em três carros, estavam no local da execução para a "queima de arquivo". 

As investigações da época apontaram que o crime havia sido cometido pelo grupo conhecido como “Gangue Fardada”, uma milícia que tinha o comando de políticos do estado.

Os irmãos Marcos Antônio Cavalcante e o ex-tenente-coronel Manoel Cavalcante foram julgados por este crime em ação desmembrada dos outros envolvidos, por serem considerados chefes do grupo criminoso. Marcos foi julgado e absolvido, enquanto  Manoel Cavalcante foi condenado a 21 anos de prisão em regime fechado.

De acordo com o depoimento de Cavalcante, a vítima da execução, após se reformar da Polícia Militar, passou a trabalhar para o deputado estadual João Beltrão, hoje falecido, praticando crimes, sobretudo homicídios.

Em outubro de 2017, o Pleno do TJ de Alagoas absolveu o deputado João Beltrão por falta de provas de sua participação no crime. Os desembargadores concordaram que o único indício contra o réu foi desfeito quando o ex-tenente-coronel Manoel Cavalcante mudou a versão do crime.





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