CARNAVAL DE 2024
Quem foi Rás Gonguila, Maceioense que será homenageado pela Beija-Flor
Príncipe etíope dos carnavais alagoanos será destaque na SapucaíA escola de samba Beija-Flor de Nilópolis vai homenagear na edição 2024 do Carnaval do Rio de Janeiro uma figura pouco conhecida do grande público, mas que teve um papel importante na história do Carnaval em Alagoas. Trata-se de Benedito dos Santos, mais conhecido como Rás Gonguila.relacionadas_esquerda
Nascido em Maceió na Rua do Macena nos primeiros anos do século XX, provavelmente em 1905, Gonguila era analfabeto e iniciou sua carreira carnavalesca como engraxate, segundo informações do portal História de Alagoas. Foi fundador do bloco Cavaleiro dos Montes, que se tornou uma agremiação histórica na capital alagoana.
As primeiras citações nos periódicos sobre Gonguila são do início dos anos 30, quando foi criada a agremiação carnavalesca. Em 1933, o Diário de Pernambuco noticiou que o Clube Carnavalesco Cavalheiros dos Montes, do qual Gonguila fazia parte, havia iniciado os ensaios para o Carnaval do ano seguinte.
Embora não haja muitas informações sobre a vida de Rás Gonguila, sabe-se que ele foi um importante folião e carnavalesco em Alagoas, sendo responsável por inúmeras inovações e contribuições para a festa na região.
Segundo o historiador José Maria Tenório Rocha, Gonguila teria se inspirado no título nobiliárquico ou dignitário do Rei da Abissínia, na África, que na época estava em muita evidência, para adotar o nome de Rás. Há também relatos de que seus antecedentes, nobres africanos, teriam fugido ao ataque dos "paulistas" e se refugiado na República dos Palmares, proporcionando a sobrevivência da linhagem real que teve continuidade com Gonguila.
Maceió na Sapucaí em 2024
Pela primeira vez em sua história, a capital alagoana será homenageada no desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro, apresentada por uma das mais conhecidas e amadas agremiações do samba.
O anúncio oficial do enredo “Um delírio de carnaval na Maceió de Rás Gonguila” aconteceu neste sábado, 13, na quadra da Beija-Flor, na baixada fluminense.
O presidente da escola, Almir José dos Reis, destacou o patrimônio cultural, histórico e natural da capital alagoana. “Vamos levar à avenida a formação de um povo com ancestrais indígenas, africanos e europeus, para criar uma identidade que se reflete nas tradições, gastronomia e alegria do povo maceioense”.
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