ECONOMIA

BRK no vermelho: balanço revela prejuízo acumulado de R$ 93 milhões

Grupo que controla a BRK, o canadense Brookfield, analisa se vende ou não a empresa
Por Odilon Rios 11/06/2023 - 08:37
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Assessoria
Prefeitura acusa BRK de deixar ruas com buracos em toda a cidade
Prefeitura acusa BRK de deixar ruas com buracos em toda a cidade

Ata da Assembleia realizada pela BRK Ambiental mostra que a empresa que ganhou o leilão da concessão dos serviços de água e esgoto de 13 cidades da Região Metropolitana de Maceió acumula prejuízo de R$ 93,9 milhões (exatos R$ 93.960.065,88) e apenas no ano passado este prejuízo foi de R$ 31,6 milhões (exatos R$ 31.670.225,46). Esta assembleia foi realizada no dia 31 de março e comprova aquilo já levantado pela Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Câmara de Vereadores da capital: a BRK opera no vermelho o contrato que obriga a universalização do saneamento básico na região metropolitana.

Nesta mesma ata, a empresa fixa em R$ 2,8 bilhões o limite de remuneração dos administradores da companhia para o exercício social de 2023.

Ouvida pelo EXTRA, a BRK informou que “o retorno financeiro sobre o que foi investido retorna posteriormente, em médio/longo prazo”. Disse também que a “essa situação já era prevista”, “não influenciando no cronograma definido pela execução das obras estruturantes de cada município”. Explica também que não há razões para um pedido de recuperação judicial.

A companhia passa por um processo de reforma administrativa. O grupo que controla a BRK, o canadense Brookfield, analisa se vende ou não a empresa. Há duas interessadas na compra: a Aegea e a Iguá. A BRK venceu o leilão, com outorga de R$ 2 bilhões mais um contrato de 35 anos, em 30 de setembro de 2020. Pelo contrato, a empresa terá de garantir universalização dos serviços de água em seis anos.

Segundo a companhia, 89% da população têm acesso a água. Terá 16 anos para aumentar de 27% para 90% a população atendida com água e esgoto e diminuir de 59% para 25% o desperdício.

Dois anos após a privatização (ou concessão, como se chama), reclamações e denúncias marcam as relações entre a BRK e a região metropolitana, mas principalmente Maceió. Esta semana, a Prefeitura autuou e notificou a empresa por despejar esgoto na rede pluvial, em um dos canais na Ladeira Geraldo Melo, no bairro do Poço.

O esgoto corre em direção ao Riacho Salgadinho e é despejado no mar. A Secretaria do Meio Ambiente e Urbanismo abriu prazo para a BRK se explicar. As multas já somam mais de R$ 12 milhões. No bairro da Jatiúca, moradores da Rua José Lourenço Albuquerque reclamam do mau cheiro da rede coletora de esgoto, apesar de a taxa de esgoto ser cobrada em dia nas contas de água.

No início deste ano, a juíza Marclí Guimarães de Aguiar determinou que a BRK suspendesse a cobrança de água em áreas comuns de um edifício na Ponta Verde, alterando, segundo a magistrada, a metodologia da cobrança “pois, ao fim e ao cabo, a prestadora do serviço público ganhará em duas frentes, o que se mostra indevido”, completa a sentença da magistrada.

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