OPERAÇÃO HEFESTO

Policial aliado de Lira fez R$ 1 bi em contratos e comprou fazenda do PCC, diz site

Mesmo com fortuna, Murilo Sergio Jucá Nogueira Júnior continua trabalhando na Central de Flagrantes
Por Redação 14/06/2023 - 11:30
Atualização: 14/06/2023 - 12:00

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Divulgação/Agência Sportlight
Murilo Sergio Jucá Nogueira Júnior continua trabalhando na Central de Flagrantes
Murilo Sergio Jucá Nogueira Júnior continua trabalhando na Central de Flagrantes

Murilo Sergio Jucá Nogueira Júnior, apesar de ser um bilionário com inúmeros contratos governamentais, propriedades imobiliárias e sete empresas, ainda trabalha como policial civil na Central de Flagrantes do bairro do Farol, em Maceió, com um salário bruto de R$ 10.531,82.

A “Operação Hefesto” da Polícia Federal, iniciada no início de junho, iluminou aspectos do papel de Jucá em desvios de contratos para kits de robótica superfaturados, encontrando R$ 4,4 milhões em dinheiro vivo em um endereço ligado a ele.


Segundo informações reveladas pela agência Sportlight nesta quarta-feira, 14, Jucá continua sua carreira na polícia, apesar de ter feito cerca de R$ 1 bilhão em contratos com diferentes governos ao longo dos anos.

Ele tem contratos com diversos níveis de governo, a maioria obtidos nos últimos quatro anos. Somadas, suas empresas possuem contratos de quase R$ 916 milhões.

Entre as propriedades de Jucá está uma fazenda de um milhão de metros quadrados adquirida da Monsanto e uma mansão na praia adquirida por um valor abaixo do mercado, cujos proprietários anteriores estavam ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC). A mansão de Barra de São Miguel pertencia anteriormente a Erik da Silva Ferraz, filho de João Aparecido Ferraz Neto, o João Cabeludo, ambos do PCC.

Fazenda está em local privilegiado do estado, na rodovia AL-101 - Agência Sportlight

Apesar de ser bilionário, o policial civil também teria recebido, segundo informações da Polícia Federal, R$ 550 mil de Edmundo Catunda, sócio da Megalic e aliado do presidente da câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Um veículo utilizado para transportar dinheiro do esquema também foi identificado como de propriedade de Jucá. Este veículo, uma Toyota Hilux preta, também foi utilizado pelo deputado Lira na campanha eleitoral de 2022.

O policial consta ainda como sócio e administrador de sete empresas, o que fere o estatuto da Polícia Civil de Alagoas que estabelece no art. 88 como transgressão disciplinar participar da gerência ou administração de empresas, independentemente da sua natureza ou exercer comércio ou participar de sociedade comercial, salvo como acionista, cotista ou comendatário.

Agência Sportlight informou que entrou em contato com os nomes citados, mas não recebeu resposta até a publicação da matéria.

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