CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA
Diretoria do Cremal é acusada de desvios de dinheiro
Acusações surgem em meio às eleições marcadas para segunda e terçaAs eleições do Conselho Regional de Medicina de Alagoas (Cremal) estão marcadas para os dias 14 e 15 de agosto. O pleito ocorrerá por meio de votação online. Este ano, duas chapas estão concorrendo à presidência do órgão, o que tem gerado debates sobre a polarização no Conselho. Nesta semana circulou pelas redes sociais um suposto dossiê que acusa a atual presidência do Cremal de cometer irregularidades fiscais e desvio de dinheiro da entidade.
Um dos trechos do material que circula nas redes relata que: “A atual direção – os mesmos médicos há décadas - autoriza diárias ‘de ouro’ (número exorbitante) sem publicizar um relatório da finalidade, nepotismo (o presidente exonerou uma funcionária para nomear a própria esposa), defendeu o tratamento precoce da Covid-19 (sem qualquer comprovação científica), fez um relatório de gestão que camufla e esconde informações relevantes para entender o que fazem com dinheiro arrecadado”.
E mais: “A coisa está feia também internamente na Chapa 1, pois é assunto recorrente na imprensa as intrigas entre o atual presidente, Fernando Pedrosa (o mesmo que nomeou a esposa no Cremal), que deseja permanecer no cargo, e seu vice-presidente, Emmanuel Fortes, que quer a atual cadeira de Fernando ou indicar Benício Bulhões para presidente”. Entre as denúncias, também há a informação de que a atual diretoria teria feito uma verdadeira farra em diárias usufruindo de verba milionária.
O EXTRA entrou em contato com o Cremal, que enviou uma nota rebatendo o material divulgado. “O Conselho, no ano de 2022, teve previsão orçamentária de R$ 6.660.446,90 e arrecadou R$ 6.154.641,19, e, deste valor, foi transferido 33.33% (trinta e três vírgula trinta e três por cento) referente a cota parte para o Conselho Federal de Medicina”, destacou. Disse ainda que “no centro de custo ‘fiscalização’ teve uma previsão orçamentária de R$ 1.137.360,00 e uma despesa de R$ 511.326,64, onde deste valor foi investido: com a execução direta em fiscalização R$ 106.289,18 e com folha de pagamento, encargos e outros custos com médicos fiscais e assistentes R$ 405.037,46”.
“Elucidamos ainda que as referidas contas do Cremal são apreciadas pela Comissão de Tomada de Contas Interna, Conselho Federal de Medicina e Tribunal de Contas da União, não tendo havido qualquer reparo, questionamento ou rejeição, sendo aprovadas em todas as instâncias. Surpreendentemente, na inverídica notícia veiculada, não há referência sobre a economia que o Cremal atingiu, onde se chegou a uma reserva atual superior a R$ 4.000.000,00, inclusive, não tendo havido requisições de recursos adicionais ao Conselho Federal de Medicina”, informou a nota oficial.
E finalizou: “Já em relação às divulgações distorcidas e improcedentes acerca da atual sede do Cremal, precisamente sobre as negociações com a mineradora Braskem, tornamos público que estamos em negociação com a mesma, pois a sede do Cremal é de toda a categoria Médica do Estado de Alagoas, e não podemos deixar por menos ou abandonar esse patrimônio que nos pertence. A atual sede encontra-se em área de monitoramento, sem apresentar risco para as pessoas que trabalham ou para os frequentadores da mesma. Por fim, lamentamos as divulgações inverídicas, distorcidas, revestidas no intuito de difamar a imagem e reputação da própria instituição e de seu corpo de Conselheiros honrado e idôneo, que vem conduzindo as finanças do Cremal com eficiência, garantindo o regular funcionamento do Conselho”.
Em contraposição, membros e apoiadores da Chapa 2 questionam o relatório do ano passado divulgado pela atual diretoria. “É um relatório de gestão que camufla e esconde informações relevantes para entender o que fazem com dinheiro arrecadado” diz Carlos André, médico infectologista, que pede votos para a oposição.
“Este relatório do Cremal que tenho em mãos, além de muito mal escrito, apresenta informações contraditórias, notas técnicas inconclusivas e, principalmente, dificulta a compreensão dos vários resultados, pois foram publicados com letras miúdas com o nítido interesse de ofuscar a leitura do que estão obrigados a informar”, analisa Enoque Gomes, contador com experiência em análise de contas públicas.
“Absolutamente decepcionante a conduta dos nossos representantes no Cremal que tiveram a petulância de acusar os médicos de Alagoas de falsificação de atestado de óbito pela covid. Além disto foram responsáveis por discursos falaciosos induzindo as pessoas a se absterem da vacinação. Essa mancha de conduta jamais será esquecida e as razões inconfessáveis deste gesto é de conhecimento da comunidade médica”, afirma Marília Magalhães, médica generalista, que concorre como membro titular da Chapa 2.
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