MEIO AMBIENTE

Alagoas registra menor número de desovas de tartarugas nos últimos sete anos

Na quarta-feira teve início a temporada 2023/2024 de desovas das tartarugas-marinhas
Por Bruno Fernandes 24/08/2023 - 12:30
Atualização: 24/08/2023 - 11:06
A- A+
Instituto Biota
Filhotes de tartarugas-marinhas levam cerca de 50 dias para nascer
Filhotes de tartarugas-marinhas levam cerca de 50 dias para nascer

O Instituto Biota de Conservação divulgou nesta quinta-feira, 24, os números da temporada 2022/2023 de desova de tartarugas-marinhas em Alagoas. Marcando uma queda significativa em comparação com anos anteriores, a temporada registrou apenas 160 ocorrências, tornando-se a de menor registro nos últimos sete anos.

relacionadas_esquerda

Desde o início do monitoramento das atividades reprodutivas das tartarugas marinhas em 2011, após relatos de pescadores na Praia do Mirante da Sereia, Alagoas testemunhou um total de 2851 ocorrências até julho de 2023.

A espécie mais frequentemente avistada é a tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), e os números variaram ao longo das temporadas. A temporada 2018/2019, por exemplo, alcançou o pico de 587 desovas, enquanto a temporada 2017/2018 contabilizou 359 avistamentos. Confira:

  • 15 registros na temporada 2011/2012
  • 21 registros na temporada 2012/2013
  • 67 registros na temporada 2013/2014
  • 86 registros na temporada 2014/2015
  • 164 registros na temporada 2015/2016
  • 169 registros na temporada 2016/2017
  • 359 registros na temporada 2017/2018
  • 587 registros na temporada 2018/2019
  • 683 registros na temporada 2019/2020
  • 357 registros na temporada 2020/2021
  • 182 registros na temporada 2021/2022
  • 160 registros na temporada 2022/2023

Bruno Stefani, coordenador do Biota, explica que os números, no entanto, podem não refletir a realidade tendo em vista que o instituto não tem como registrar absolutamente todas as desovas que acontecem no estado. "Podem ter mais, mas esses são os que temos para o estado".

O período de atividade reprodutiva das tartarugas marinhas ocorre entre setembro e março, com maior concentração de registros em janeiro e fevereiro. Maceió lidera as estatísticas, com aproximadamente 40% dos registros, especialmente na Praia do Mirante da Sereia, que abriga cerca de 64% das desovas da capital. Em virtude disso, foi proposta a criação da Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) das Tartarugas, visando à preservação dessa área única.

Além de Maceió, os municípios de Coruripe, Roteiro (Praia do Gunga) e Marechal Deodoro também testemunharam um número considerável de desovas em suas praias, demonstrando a importância da conservação das áreas costeiras para a preservação das tartarugas-marinhas em Alagoas.

Publicidade


Encontrou algum erro? Entre em contato