Perícia aponta 14 mortes por envenenamento neste ano em Alagoas

Neste ano, Alagoas teve 14 óbitos por envenenamento, conforme dados da Polícia Científica do Estado. Além disso, 25 ocorrências similares estão sob análise. Entre os casos, destaca-se a morte de Fernanda Valoz, 27 anos, que aconteceu em agosto de 2023. Recentemente, um exame apontou que Fernanda faleceu devido à ingestão de substâncias tóxicas. Diante da possibilidade de um crime, a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa da Capital (DHPP) está investigando.

A família relata que Fernanda consumiu um bombom oferecido por uma mulher no Centro de Maceió. Posteriormente, ela sentiu-se mal e compartilhou os sintomas com uma prima, relatando vômito, visão embaçada e fraqueza. Segundo sua prima, Bianca Cristina, "Fernanda chegou em casa e sentiu-se mal. No dia seguinte, melhorou, mas depois piorou novamente. Ela foi levada para a emergência e, infelizmente, faleceu na madrugada".

A Polícia Civil não estava investigando a morte, pois a família inicialmente suspeitou de envenenamento, devido a sintomas como dores abdominais, vômitos e sangramento nasal. Porém, a vítima tinha úlcera e gastrite, doenças que podem ter sintomas parecidos com intoxicação. Com essas informações, o falecimento foi inicialmente classificado como "morte a esclarecer", e iniciou-se a perícia no corpo. 

O perito criminal, Thalmanny Goulart, revelou a presença de dois praguicidas no corpo de Fernanda, substâncias usadas no combate a pragas em plantações de milho e feijão. Ele destacou o quão perigosas são, não apenas para as pragas, mas também para seres humanos e animais, podendo ser fatais. A Polícia Científica de Alagoas esclareceu que sua função é determinar se uma substância tóxica foi a causa da morte. A responsabilidade de classificar a morte como crime ou não, cabe à Polícia Civil.

Para o caso de Fernanda, a DHPP já iniciou um inquérito. O delegado Lucimério Campos informou que serão realizadas investigações no centro de Maceió para esclarecer o ocorrido. Bianca Cristina, prima da vítima, expressou seu desejo de justiça: "Queremos encontrar quem fez isso. A intenção era claramente assassinar".

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