JUSTIÇA
Família do empresário Marcelo Leite consegue na justiça tornar o processo público
Empresário foi morto com um tiro de fuzil durante uma abordagem da Polícia Militar em Arapiraca
O pleno do Tribunal de Justiça, de forma unânime, nesta terça-feira, 3, determinou a publicidade do processo penal e a quebra do sigilo do processo que apura a morte o empresário Marcelo Leite, morto com tiro de fuzil durante uma abordagem da Polícia Militar em Arapiraca.
O objetivo da ação era tornar o processo mais uma vez público, permitindo o acompanhamento da sociedade alagoana e, especialmente, da família da vítima. Em julho, testemunhas foram ouvidas durante a primeira audiência de instrução e julgamento sobre a morte do empresário. Uma nova audiência será marcada para a oitiva do restante das testemunhas.relacionadas_esquerda
O caso
Marcelo Leite foi atingido por um tiro de fuzil durante uma abordagem da PM em novembro de 2022 na AL-220. O empresário morreu dias depois em um hospital em São Paulo. Primeiramente, o Ministério Público de Alagoas denunciou três policiais que estavam em uma das viaturas que participou da abordagem.
O MP pediu a prisão preventiva de Jilfran e de Ariel Neto, e pediu medidas cautelares para Xavier Silva. Segundo a denúncia, Jilfran atirou em direção ao empresário com uma carabina 5.56 (arma de cano longo). Depois, os três militares forjaram a cena do crime, colocando uma arma de fogo dentro do carro de Marcelo.
Depois, o MP-AL também denunciou outro policial. De acordo com a denúncia, o PM admitiu perante a Corregedoria da Polícia Militar que conduziu o carro da vítima do local em que se encontrava em via pública para próximo à guarita do sentinela do 3º Batalhão de Polícia Militar, o que configura fraude processual.
Os nomes dos PMs foram divulgados com exclusividade pelo EXTRA. Eles são:
- o cabo Jilfran Santos Batista, denunciado por homicídio doloso, fraude processual e denunciação caluniosa
- o soldado Ariel Oliveira Santos Neto, denunciado por fraude processual e denunciação caluniosa
- o soldado Xavier Silva de Moraes, denunciado por fraude processual
- o soldado Gustavo Angelino Ventura, o cabo Ventura, denunciado apenas por fraude processual
A versão dos policiais era de que o empresário estava armado e apontou a arma na direção da viatura, por isso, reagiram atirando. No entanto, a tese foi contestada por testemunhas que estavam no local e pelo advogado da família da vítima, que alegou que o empresário não possuía arma de fogo.
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