ASSASSINATO
MP denuncia mais um policial por fraude processual no caso Marcelo Leite
Empresário arapiraquense foi morto pela polícia durante uma abordagem realizada em novembro do ano passadoMais um policial militar foi denunciado esta semana pelo Ministério público de Alagoas por envolvimento no assassinato do empresário Marcelo Leite, ocorrido em Arapiraca em dezembro do ano passado durante UMA abordagem na rodovia AL-220.
Marcelo foi atingido nas costas por um tiro de fuzil em suposta perseguição policial. Ele morreu dias depois em um hospital em São Paulo para onde foi transferido em estado gravíssimo. Na versão da PM, o empresário dirigia em alta velocidade pela rodovia, se negou a parar o carro e sacou uma arma para atirar contra a viatura.
A versão foi contestada pela família, por testemunhas e advogados de defesa da vítima. Marcelo Leite não possuía arma de fogo.
De acordo com a denúncia, o policial militar denunciado nesta terça-feira, 25, admitiu perante a Corregedoria da Polícia Militar que conduziu o carro da vítima do local em que se encontrava em via pública para próximo à guarita do sentinela do 3º Batalhão de Polícia Militar, o que configura fraude processual.
O Ministério Público argumenta que o policial teve o dolo na sua conduta de alterar o estado de coisas em local de crime e, assim, levar a erro, dificultar ou mesmo inviabilizar o trabalho dos peritos e juízes responsáveis pelo caso, que ficaram permanentemente sem acesso às informações resultantes do posicionamento e de eventuais vestígios próximos ao automóvel de Marcelo Leite, de modo que os peritos ficaram limitados às diferentes versões apresentadas pelos envolvidos até mesmo para fins de realização de reprodução simulada dos fatos.
O três policiais militares já são investigados e acusados por homicídio qualificado no caso, denunciação caluniosa e fraude processual. Eles foram denunciados pelo Ministério Público Estadual (MPE) em fevereiro de 2023. Foram denunciados:
Comandante da viatura, cabo Jilfran Santos Batista: indiciado por homicídio doloso, quando assume o risco de matar, além de fraude processual, por causa da arma de fogo implantada no carro, e denunciação caluniosa.
PM Ariel Oliveira dos Santos Neto: indicado por fraude processual e denunciação caluniosa em razão de ter apresentado na Central de Polícia no dia do fato a ocorrência e a arma
PM Xavier Silva de Moraes: indiciado apenas por fraude processual
PM Gustavo Angelino Ventura, o cabo Ventura: denunciado apenas por fraude processual por dirigir o carro da vítima