ALAGOAS NA LISTA

Praias turísticas do Nordeste têm índices negativos de balneabilidade

Ao todo, o levantamento levou em conta 1.350 praias monitoradas em todo o litoral brasileiro com os índices de balneabilidade
Por Redação 23/12/2023 - 08:30
Atualização: 23/12/2023 - 08:39
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Divulgação
Orla da Pajuçara
Orla da Pajuçara

Regiões turísticas no Nordeste, conhecidas por suas praias famosas e forte apelo turístico, enfrentam desafios para manter uma boa qualidade da água destinada aos banhistas. Um levantamento realizado pela Folha de S.Paulo destaca esse cenário em destinos como Maragogi (AL), Morro de São Paulo (BA), Praias do Futuro em Fortaleza (CE), e Ponta Verde e Pajuçara em Maceió (AL). A pesquisa abrangeu 1.350 praias ao longo do litoral brasileiro, avaliando os índices de balneabilidade. Nacionalmente, a situação permanece estável em comparação com anos anteriores, mas no Nordeste, especificamente, revela-se a dificuldade das praias turísticas em manter padrões aceitáveis ao longo do ano.

Os dados, coletados desde 2016, ano em que a Folha iniciou a publicação anual sobre a balneabilidade, seguem normas federais, considerando um trecho próprio se não ultrapassar 1.000 coliformes fecais por 100 ml de água na semana de análise e nas quatro anteriores. A avaliação anual utiliza o método da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), classificando praias como boas (próprias em todas as medições) ou péssimas (impróprias em mais da metade das medições).

Morro de São Paulo, por exemplo, registrou pelo segundo ano consecutivo quatro praias com qualidade ruim, indicando uma piora em relação a 2021. Em Maceió, as praias mais conhecidas não mantêm boa qualidade, sendo consideradas péssimas ou regulares. Maragogi, a 125 quilômetros da capital alagoana, possui cinco das dez praias avaliadas como ruins ou péssimas, enquanto Fortaleza, especialmente a Praia do Futuro, apresenta pontos ruins, péssimos e regulares. O biólogo Clemente Coelho, da Universidade de Pernambuco, aponta a falta de investimentos em saneamento básico e o avanço da especulação imobiliária como causas diretas da baixa qualidade na balneabilidade.

Além das consequências para os banhistas, a qualidade da água afeta ecossistemas sensíveis, como os recifes de corais presentes em cidades como Fortaleza, Maceió e Maragogi. Clemente destaca o impacto do lançamento de esgoto nesses ambientes, prejudicando organismos marinhos e gerando prejuízos socioeconômicos. As prefeituras das cidades afetadas afirmam tomar medidas, como limpeza das praias, fiscalização de ligações irregulares de esgoto e obras para melhorar as condições sanitárias e de infraestrutura.

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