JUSTIÇA

Caso Joana Mendes: júri de acusado de matar ex-companheira a facadas é adiado

Julgamento já havia sido adiado em dezembro devido à necessidade de realizar diligências; crime ocorreu em 2016
Por Redação 31/01/2024 - 18:13

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Arnóbio Henrique Melo matou ex-companheira Joana Mendes ( Foto: ASCOM-PC )
Arnóbio Henrique Melo matou ex-companheira Joana Mendes ( Foto: ASCOM-PC )

O júri de Arnóbio Henrique Cavalcante Melo, marcado para esta quinta-feira, 1º, no Fórum do Barro Duro, foi adiado para o dia 1º de abril de 2024, às 8h. O réu é acusado de matar a ex-companheira Joana Mendes com 32 facadas em 2016, no bairro do Poço, em Maceió.relacionadas_direita

O julgamento já havia sido adiado, em dezembro de 2023, devido à necessidade de realizar diligências, entre elas a liberação de acesso a documentos sigilosos. E ainda, o exame de identificação e comparação datiloscópica, a fim de identificar eventuais digitais presentes na suposta arma do crime.

A prorrogação, desta vez, foi justificada sob a alegação de que o advogado de defesa não estaria apto para participar do júri. Junto ao pedido do réu, foi apresentado um atestado de 30 dias, assinado por médico psiquiatra, referente ao afastamento do advogado.

A solicitação, feita na última segunda-feira, 29, foi analisada e aprovada pelo juiz Yulli Roter, da 7ª Vara Criminal de Maceió. O magistrado afirmou que o pedido não tinha sustentação na realidade processual apresentada, uma vez que existem outros advogados envolvidos no caso.

“Contudo, diante da especificidade do júri e antevendo o comportamento da defesa que, reiteradamente, vem se socorrendo a diversos expedientes na tentativa de adiar indefinidamente o julgamento, entendo não adequado a manutenção do julgamento”, destacou Yulli.

Na decisão, consta também que, às vésperas do julgamento, o réu anexou transcrições de mensagens, com supostos diálogos, sem informar de que aparelho teriam sido extraídas, o que impossibilitaria a acusação de questionar a validade dos documentos.

Entenda o caso

O feminicídio aconteceu em 5 de outubro de 2016. O crime foi cometido após o acusado, que não aceitava o fim do relacionamento, ter marcado um encontro com a vítima para conversar sob o pretexto de assinar divórcio de maneira amigável assim como acordo de pensão para o filho menor, então com dois anos.

Em um trecho de uma rua no bairro de Santo Eduardo, ele desferiu mais de 30 facadas no rosto da vítima, desfigurando-a. O assassinato brutal de Joana ganhou repercussão ao chamar atenção para um dos tipos mais comuns de feminicídio praticados no Brasil: crime hediondo cometido contra a mulher decorrido de um ex-companheiro que se sente “desautorizado”.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) relaxou a prisão de Arnóbio Henrique Cavalcante Melo em junho de 2023. Segundo o processo, ao qual o EXTRA teve acesso, a defesa de Arnóbio Melo alegou (a) "excesso de prazo para a formação definitiva da culpa, uma vez que o paciente estaria preventivamente preso desde 6 de outubro de 2016; e (b) "possibilidade de substituição da custódia processual por medidas cautelares diversas".

O caso tem sido marcado por diversas interposições de recursos na Justiça, que têm atrasado o andamento do processo judicial.

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