FUTURO DO PARTIDO
JHC espera unidade do grupo político, em torno da reeleição
Alfredo Gaspar por enquanto se mantém aliado ao prefeito JHCA imagem do deputado federal Alfredo Gaspar de Mendonça (União Brasil) caminhando nas areias de uma praia alagoana ao lado de Jair Bolsonaro (PL) às vésperas do final do ano indica influência e potencial de votos do ex-presidente no cenário político local já em 2024.
Bolsonaro chegou a Maceió em 26 de dezembro, ficou hospedado em uma pousada na cidade de São Miguel dos Milagres. Prefeito e presidente do PL em Alagoas, João Henrique Caldas, o JHC, não foi recepcionar, no Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares, o nome mais importante da sigla, alimentando especulações sobre o seu futuro no partido.relacionadas_esquerda
Alfredo Gaspar de Mendonça é hoje aliado do prefeito, com indicações na Secretaria de Saúde e de Habitação, ocupada pelo filho Carlos Mendonça, de rara aparição pública e terminando o ano sem mostrar ações concretas na pasta.
O parlamentar foi o federal mais votado na capital. Pretende lançar o filho na disputa por uma das vagas na Câmara de Vereadores.
É grande a pressão para o União Brasil lançar candidatos com chances de alcançar os dois dígitos na disputa eleitoral. É o caso de Alfredo Gaspar, em Maceió. O presidente nacional do União Brasil é Luciano Bivar. Em Alagoas é Luciano Cavalcante, um dos principais aliados do presidente da Câmara Arthur Lira (PP). Cavalcante foi um dos alvos de operação da Polícia Federal para investigar fraude em licitação e lavagem de dinheiro envolvendo a compra de kits de robótica para prefeituras alagoanas. O Supremo Tribunal Federal (STF) arquivou as investigações contra Cavalcante. Lira cria que o objetivo da PF era associá-lo ao escândalo.
Alfredo Gaspar de Mendonça mantém o combate à corrupção como foco de sua atuação, o que o tornou conhecido nacionalmente e lhe valeu votos. Mas a decisão final sobre ele ser candidato ou não à Prefeitura de Maceió cabe a Arthur Lira. Por enquanto, se mantém aliado ao prefeito JHC, praticamente reeleito levando em conta as pesquisas internas do governo e prefeitura.
Até lá é uma incógnita, mas sua imagem ao lado de Bolsonaro, ambos caminhando e trocando sorrisos, potencializa prováveis objetivos.
É também uma incógnita o futuro do Podemos, presidido nacionalmente por Kátia Abreu e, em Alagoas, pelo senador Rodrigo Cunha, tratado como provável vice de JHC. Mas a decisão também passa por Arthur Lira. O secretário de Relações Federativas Davi Davino Filho é o plano A para vice. Filiado ao PP, Davino disputou o Senado, ficou em terceiro lugar e foi o mais votado na capital.
Outra pepista é a secretária de Educação Jó Pereira, irmã de Joãozinho, diretor-presidente da Codevasf alagoana, estatal presente em todos os municípios, cujo orçamento, somado aos outros estados, foi de R$ 2,27 bilhões em 2023. Jó Pereira é uma espécie de plano B para vice de JHC. Também pode ser candidata a deputada federal, com apoio de Arthur Lira, que se prepara para disputar o Senado em 2026.
Outro filiado ao PP é o deputado federal e delegado Fábio Costa, terceiro federal mais votado em Maceió e também dividindo fotos ao lado de Bolsonaro em Alagoas. Seu futuro é decidido por Arthur Lira e deve permanecer onde está: aliado a JHC.
Se as pegadas nas areias deixadas por Alfredo Gaspar de Mendonça e Bolsonaro não mudarem o cenário eleitoral de 2024, JHC será o candidato único deste grupo. E à espera de um nome mais competitivo definido pelo senador Renan Calheiros (MDB), nas trincheiras da oposição.
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