investigação

Servidor do INSS recrutava mulheres para serem mães de crianças fictícias

PF deflagra operação de combate à fraudes na concessão de pensões
Por Redação com PF 18/06/2024 - 08:08

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Assessoria
PF investiga quadrilha que atuava no INSS em Alagoas
PF investiga quadrilha que atuava no INSS em Alagoas

A Polícia Federal em Alagoas, em parceria com a Coordenação-Geral de Inteligência da Previdência Social, deflagrou na manhã desta terça-feira, 18, a "Operação Geração Espontânea", que tem como objetivo combater fraudes na concessão de pensões por morte no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

As investigações, iniciadas em meados de 2022, identificaram a fraude a partir de informações fornecidas pela Seção de Análise de Dados de Inteligência Policial (SADIP) da Coordenação-Geral de Repressão a Crimes Fazendários da Polícia Federal (CGFAZ). O trabalho contou com a colaboração do INSS e da Coordenação-Geral de Inteligência da Previdência Social (CGINP), vinculada à Secretaria Executiva do Ministério da Previdência Social.

Certidões em branco eram usadas no esquema criminoso
Certidões em branco eram usadas no esquema criminoso

Segundo as investigações, um servidor do INSS auxiliava o grupo criminoso na seleção de cadastros de segurados falecidos do Regime Geral de Previdência Social para a concessão fraudulenta de pensões. O esquema envolvia o recrutamento de pessoas, geralmente mulheres, que aceitavam figurar como mães de crianças fictícias. Essas crianças eram criadas a partir de registros de nascimento falsos, tornando-se dependentes dos segurados falecidos. Além das mensalidades, os benefícios concedidos geravam créditos retroativos para a organização criminosa.

Foram identificadas 119 pensões por morte com indícios de irregularidades, das quais 75 foram cessadas durante as investigações para mitigar o prejuízo ao erário. Todos os benefícios suspeitos serão revisados pelo INSS. O prejuízo estimado causado pelas fraudes chega a R$ 12.926.052,81, mas a suspensão dos benefícios pode gerar uma economia de aproximadamente R$ 10.253.622,08 em pagamentos futuros indevidos.

A operação envolveu o cumprimento de 14 mandados de busca e apreensão: 9 em União dos Palmares, 3 em São José da Laje, 1 em Murici e 1 em Maceió, todos expedidos pela 7ª Vara Federal de Alagoas. Cerca de 60 policiais federais e 3 servidores da CGINP participaram da ação.

Os crimes investigados incluem estelionato, peculato e lavagem de dinheiro, conforme os artigos 171, §3º, 312, 312, §2º do Código Penal, e o artigo 1º da Lei nº 9.613/98, entre outros. O nome "Operação Geração Espontânea" faz alusão à ideia de criação de vida a partir de matéria inanimada, analogamente ao modo como dependentes de segurados falecidos eram "criadas" por registros fraudulentos de nascimento.


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