EM COLAPSO

Sinmed denuncia morosidade na solução dos problemas da Santa Mônica

Sindicato diz que falta vontade política para viabilizar a instituição
Por Redação com Assessoria 27/06/2024 - 13:29

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Maternidade Santa Mônica, em Maceió, que é referência para gestantes de alto risco e recém-nascidos prematuros está sucateada
Maternidade Santa Mônica, em Maceió, que é referência para gestantes de alto risco e recém-nascidos prematuros está sucateada

O Núcleo de Proteção Coletiva da Defensoria Pública do Estado de Alagoas (DPE/AL) recebeu denúncias sobre a Maternidade Escola Santa Mônica e os relatos tornaram-se públicos no último dia 21 deste mês. As denúncias indicavam que a unidade de saúde, localizada em Maceió, enfrenta uma crise profunda que pode resultar na suspensão de todas as cirurgias neonatais a partir de 20 de julho, caso não haja intervenções imediatas. Seis dias após a divulgação do problema que ameaça impactar negativamente e colapsar a rede pública de saúde, não houve nenhuma declaração do governo sobre como está lidando com a situação. 

A presidente do Sindicato dos Médicos de Alagoas (Sinmed), Sílvia Melo, declarou nesta quinta-feira, 27, que há alguns meses vem intercedendo pela regularização dos problemas da Maternidade Escola Santa Mônica junto aos gestores. “Assim que constatamos a situação, começamos a cobrar providências, inclusive alertamos sobre os riscos’, afirmou, lamentando a morosidade do processo burocrático do serviço público.

Segundo a Dra. Sílvia Melo, além das deficiências estruturais, e da escassez de material utilizado nos procedimentos, outro agravante é a quantidade insuficiente de obstetras, cirurgiões pediátricos, neonatologistas e anestesistas, entre outros profissionais especializados no atendimento a gestante e ao recém-nascido de alto risco. 

“Por ser a única maternidade escola do Estado, aquela unidade jamais deveria ser negligenciada pelo governo ”, observa a presidente do Sinmed, questionando quem será responsabilizado juridicamente pelos óbitos decorrentes da falta de estrutura.

O ideal seria o Estado fazer concurso efetivo para a Santa Mônica, consolidando equipes efetivas em cada turno. O último certame ocorreu em 2013, como lembra Sílvia Melo, enfatizando que jamais deveria haver mão de obra precarizada num atendimento de alto risco, muito menos economia com material de suporte. 

"Outro desafio é aumentar o repasse mensal da Uncisal. Resolvidas essas duas questões haveria um salto de qualidade. Infelizmente, falta decisão e vontade política para viabilizar a instituição, apesar da relevância do trabalho prestado a população”, desabafou, torcendo para que a intercessão do Ministério Público devolva tranquilidade aos que dependem da Santa Mônica.


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