POLÍTICA

Pós-recesso: Câmara aquece negociações sobre sucessão de Arthur Lira

Costuras envolvem conjunto de acordos, como indicações ao TCU e eleições de 2024 e 2026
Por Brasil de Fato 08/08/2024 - 14:02

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Mário Agra/Câmara dos Deputados
Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira
Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira

Com o fim do recesso e a volta oficial do calendário legislativo neste mês de agosto, o tabuleiro da Câmara dos Deputados já começa a registrar novos movimentos políticos relacionados à sucessão de Arthur Lira (PP-AL), que deixa o posto de presidente da Casa no início de fevereiro de 2025. Até o momento, pelo menos quatro parlamentares são apontados como possíveis candidatos.

As tratativas que envolvem o lançamento das chapas incluem desde a negociação de postos em direções partidárias e na mesa diretora da Câmara até indicações para o Tribunal de Contas da União (TCU), por exemplo. Atualmente, a instituição conta com o ministro Aroldo Cedraz como indicado pelos deputados em 2007, mas ele se aposenta em 2026, por isso o posto tende a ser negociado nas costuras relativas à eleição. 

Também paira no cenário a possibilidade de os parlamentares precisarem escolher, nos próximos anos, um substituto para o ministro Augusto Nardes, que pode adiantar a aposentadoria. É outro cargo que pode figurar nos acordos entre os partidos.

Tende a entrar na conta ainda a sucessão de Lula (PT) em 2026, quando deverão ser menores do que em 2022 as chances de o petista conseguir alinhavar em torno de si uma frente de apoiadores com representantes de distintos campos ideológicos.

Nas discussões sobre a eleição da Câmara, é ponto de relevo ainda o apoio de Arthur Lira. O apadrinhamento do pepista é tido pelos parlamentares como elemento de distinção na corrida, já que o presidente é a figura mais influente da Casa e foi reeleito para o posto em fevereiro de 2023 com votos de 464 dos 513 colegas.

Paralelamente a isso, é de entendimento geral na Câmara que, por não poder se candidatar mais uma vez ao posto, o presidente tem interesse em emplacar um sucessor como forma de manter algum destaque no jogo político e evitar o limbo ao qual geralmente são relegados os ex-presidentes da Câmara.

O pepista disse, em entrevista recente ao Valor Econômico, que pretende investir na pactuação de um acordo para que seja definido apenas um candidato do campo majoritário da Casa – a estratégia seria também uma forma de assegurar sua influência nos próximos anos –, mas até agora não há sinalizações efetivas dos pré-candidatos nesse sentido.

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