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Sobe para 800 mil o número de famílias alagoanas endividadas, diz pesquisa

Quase 10% das famílias endividadas afirmam não ter condições de pagar as dívidas
Por Redação com Fecomercio 15/10/2024 - 09:33

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© Marcelo Camargo/Agência Brasil
Estado possui 74,3% de endividados, totalizando cerca de 800 mil famílias
Estado possui 74,3% de endividados, totalizando cerca de 800 mil famílias

Setembro registrou alta no endividamento (2,9%) e na inadimplência (6%) das famílias alagoanas, conforme demonstra a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), para Alagoas, divulgada nesta terça-feira, 15, realizada pelo Instituto Fecomércio AL.

No geral, o estado possui 74,3% de endividados, totalizando cerca de 800 mil famílias, em termos absolutos, considerando os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Desde o início deste ano, enquanto o Brasil vem reduzindo o nível de endividamento, Alagoas tem apresentado crescimento no indicador. Paralelamente, a inadimplência – que iniciou o ritmo de crescimento em junho -, apresentou estagnação em setembro, com 9,3% das famílias afirmando não terem condições de pagar as dívidas. Além disso, o superendividamento (que ocorre quando mais de 50% do orçamento está comprometido), deixou de recuar.

Para o assessor econômico do Instituto Fecomércio AL, Francisco Rosário, este cenário é preocupante para o comércio que vende a crédito, uma vez que as dívidas em atraso e superendividamento estão comprometendo a renda atual e a futura, impedindo um maior consumo.

“Um dos possíveis motivos para a realidade alagoana é o fato de a renda gerada pelos empregos não ser suficiente para manter o padrão de consumo. Mas há um elemento externo que vem impactando negativamente no orçamento das famílias: as apostas on-line. No Brasil, segundo a CNC, elas já levaram 1,3 milhão de famílias para a inadimplência”, analisa.

Taxa de endividamento recua

Na variação mensal, nas faixas comparativas do endividamento houve redução apenas no número de famílias sem dívidas (-7,5%). Entre os aumentos dos demais, destaque para as famílias “muito endividadas” (31,9%) e as “pouco endividadas” (25,7%).

“O crescimento do endividamento se amplia a partir maio, provavelmente após o efeito do Programa Desenrola na contenção da inadimplência. Ao liberar o crédito das famílias, elas voltaram a se endividar”, analisa o economista.

E apesar das dívidas serem uma realidade crescente, a taxa de endividamento, que estava se elevando a 4,02% ao mês (am), reduziu para 2,91% am, em setembro. Isto pode indicar uma folga nas contas, mas, possivelmente, não o suficiente, já que os orçamentos continuam apertados por conta de dívidas passadas.

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