Justiça
Sociedade aguarda com expectativa júri popular sobre assassinato de auditor
Julgamento dos réus acusados na execução de João de Assis ocorre nesta quinta-feira em MaceióA sociedade alagoana aguarda com grande expectativa o julgamento dos réus acusados na execução do auditor fiscal da Receita Estadual da Secretaria de Estado da Fazenda de Alagoas (Sefaz-AL) João de Assis Pinto Neto, crime ocorrido em agosto de 2022 quando o profissional exercia em Maceió as funções de fiscalização. O julgamento ocorre nesta quinta-feira, 31, no Fórum do Barro Duro, na capital.
Sentarão nos bancos de réus os irmãos Ronaldo Gomes de Araújo, Ricardo Gomes de Araújo da Silva, e João Marcos Gomes de Araújo, além de Vinicius Ricardo de Araújo Silva, todos acusados por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e corrupção de menor. A mãe dos réus, Maria Selma Gomes Meira, será julgada pelo crime de ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor.
O crime aconteceu durante uma inspeção realizada por João de Assis a um depósito de bebida no bairro Benedito Bentes, periferia da cidade. O estabelecimento era investigado por compra e venda de mercadorias roubadas. Segundo a Polícia Civil de Alagoas, o corpo da vítima foi encontrado carbonizado em um trecho da Avenida Cachoeira do Meirim, um dos principais corredores viários da região.
Em depoimento à polícia, Ronaldo Araújo confessou que matou João Assis com uma faca e que o apedrejou. Em laudo, o Instituto Médico Legal (IML) atestou que a vítima teve 95% do corpo carbonizado após morrer por traumatismo craniano.
A morte do auditor fiscal revoltou à população de Maceió pelos requintes de crueldade. No local fiscalizado, João de Assis foi submetido a várias formas de violência por Ronaldo, Ricardo e Vinícius. Um menor de idade conhecido como “Pintinho” também teria contribuído para a execução do crime. A polícia chegou aos nomes dos réus após ter encontrado o celular do auditor fiscal em um terreno baldio em Rio Largo. Com o equipamento, o auditor fez as fotos do estabelecimento que comprovariam irregularidades.
Para o presidente do Sindicato do Fisco de Alagoas (Sindifisco/AL), Irineu Torres, todos os envolvidos participaram da execução, porque "não é crível que algum deles tenha participado apenas da mutilação do cadáver".
"O grupo de criminosos formado também pela mãe e dois filhos não é, de forma alguma, uma família de empresários, mas, pelas circunstâncias do crime, tudo leva a crer, se tratar de uma quadrilha especializada no roubo e receptação de cargas, podendo também estar envolvido na morte de caminhoneiros", defende.
Esta semana, familiares e amigos de João de Assis fizeram mobilizações pedindo justiça em nome dele.