Crise na Saúde

Sindicato denuncia demissão de trabalhadores em hospitais da Uncisal

Medida afeta mais de 360 profissionais contratados sem concurso e pode reduzir serviços à população
Por Tamara Albuquerque 01/11/2024 - 07:34

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Assessoria
Hospital Helvio Auto, em Maceió, será afetado pela extinção de cargos precarizados
Hospital Helvio Auto, em Maceió, será afetado pela extinção de cargos precarizados

O Sindicato dos Médicos de Alagoas (Sinmed) acendeu o alerta para uma medida que será adotada pelos gestores da saúde em Maceió e que visa demitir mais de 390 profissionais contratados em regime de trabalho precarizado nas unidades da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), sem alternativa de substituição dos trabalhadores por concursados. A informação foi tornada pública pelo deputado estadual Cabo Bebeto (PL).

A dispensa iminente desses trabalhadores, que compõem grande parte das equipes dos hospitais estaduais administrados pela Uncisal, ameaça reduzir o atendimento em serviços essenciais prestados à população. Segundo o deputado, entre as unidades afetadas estão a Maternidade Escola Santa Mônica, o Hospital Escola Helvio Auto e o Hospital Portugal Ramalho.

Os trabalhadores tomaram conhecimento da extinção de contratos de prestadores de serviços na rede da Uncisal através das redes sociais e prometem fazer mobilização contra a decisão e em defesa de seus trabalhos.

O Hospital Hélvio Auto, referência no tratamento de doenças infectocontagiosas, perderá 38 dos seus 60 leitos, o que limitará significativamente a capacidade de atendimento a pacientes de Alagoas, segundo foi dito na reunião entre o Sinmed e o deputado. 

A Maternidade Escola Santa Mônica, especializada em gestantes de alto risco, sofrerá um corte de 50% em sua Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e na Unidade de Cuidados Intensivos (UCI), afetando diretamente o tratamento de recém-nascidos. “Crianças que dependem desse atendimento especializado não terão onde ser atendidas”, lamentou o deputado.

Outro grave problema será enfrentado pela população que precisa dos serviços do Hospital Portugal Ramalho, que, caso ocorram as 120 demissões previstas, será efetivamente fechado e os pacientes psiquiátricos terão de voltar, sem estrutura, ao convívio da família.

O parlamentar destacou que a medida de demissão foi tomada pelo Governo do Estado "de última hora, sem qualquer estudo ou cuidado com as consequências para os alagoanos", e criticou a falta de planejamento e atenção para com as necessidades de saúde da população.

Ambulatórios fechados

A partir desta sexta-feira, 1, o governo  coloca em prática o fechamento dos ambulatórios Denilma Bulhões, localizado no Benedito Bentes, e Noélia Lessa, no bairro da Levada, em Maceió para obras de reforma com previsão de encerramento após um ano.

As duas unidades são importantes e concentram boa parte de atendimentos na rede de assistência do SUS em Maceió. Com a reforma, os servidores das duas unidades serão remanejados para outros setores de saúde administrados pelo Estado, a fim de garantir a continuidade do atendimento em outras unidades, segundo o governo.

O Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social (Sindprev/AL) distribuiu nota repudiando a decisão do governo e afirmando que o encerramento das atividades no Ambulatório Noélia Lessa, por um ano, não tem justificativa, pois o prédio passou por recente reforma.


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