MINISTÉRIO PÚBLICO

Kel Ferreti é denunciado por estupro de enfermeira em Maceió

Vítima, uma enfermeira de 28 anos, relatou ter conhecido Ferreti em um grupo de apostas online
Por Bruno Fernandes 17/12/2024 - 08:17

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Kel Ferreti
Kel Ferreti

O influenciador digital e ex-policial militar Kleverton Pinheiro de Oliveira, conhecido como Kel Ferreti, foi denunciado pelo Ministério Público de Alagoas (MP-AL) pelo crime de estupro. A denúncia ao qual o EXTRA teve acesso que tramita na 4ª Vara Criminal sob o número 8287804-12.2024.8.02.0001, apresentada no último dia 11, também é acompanhada de um indiciamento pela Polícia Civil de Alagoas (PC-AL) pelos crimes de estupro e lesão corporal. A defesa nega as acusações.

A vítima, uma enfermeira de 28 anos de iniciais L.P.O.S relatou ter conhecido Ferreti em um grupo de apostas online. Segundo ela, o influenciador era gestor da comunidade e oferecia dinheiro para quem participasse e se cadastrasse nos jogos por meio de links compartilhados. Após enviar os dados bancários solicitados por Ferreti, ela recebeu um PIX de R$ 100, valor acima do habitual pago pelo influenciador aos novos integrantes.

Nos dias seguintes, Ferreti teria mantido contato com a enfermeira, apresentando-se como policial, pai de gêmeos e pessoa com alto poder aquisitivo. Conforme a denúncia, a vítima teria prosseguido na conversa devido à necessidade financeira, solicitando pequenos valores que eram atendidos. O MP relata que, ao longo das conversas, Ferreti sugeriu trocas de favores íntimos por dinheiro, o que incluiu o envio de fotos e vídeos íntimos.

De forma agressiva, o denunciado passou, então, a beijar a boca

"Ao ser ouvida em sede policial, a vítima esclareceu que as conversas tinham nítido cunho sexual, e que as palavras utilizadas visavam agradar o autor, mas que em momento algum imaginava que pudesse passar por tamanha violência por parte do denunciado quando se encontrassem", revela trecho do documento.

O encontro entre Ferreti e a enfermeira ocorreu em 16 de junho, em uma pousada localizada no bairro Cruz das Almas, em Maceió. Segundo a denúncia, durante o encontro, Ferreti teria agido com extrema violência. Ele teria mordido a boca da vítima, penetrado-a de forma agressiva sem lubrificação, desferido socos nas costelas, tapas no rosto e mordidas nos seios, mesmo após a mulher expressar dor.

A denúncia detalha ainda que Ferreti teria afirmado frases durante o ato, como “vou arrancar os peitos” dela, enquanto intensificava as agressões. Em outro momento, a vítima relatou que tentou se afastar por conta da dor, mas ficou em choque e com medo de que ele pudesse matá-la, aguardando apenas o fim da violência. Ao término, Ferreti teria vestido a roupa, oferecido cerveja e questionado se ela havia gostado do encontro.

"Demonstrado sentir dor (contorcia-se) e tentado se afastar do denunciado, porém, com medo da violência do referido e que este pudesse matá-la, não chegou a verbalizar o pedido de parada, porém ficou em choque, apenas aguardando que o ato acabasse o quanto antes. Durante isto, a vítima chorou bastante durante o ato, mas, mesmo vendo o choro compulsivo da referida, o denunciado continou o ato sexual", revela a investigação.

Dias depois, a enfermeira procurou a polícia, registrou um Boletim de Ocorrência e buscou atendimento no Hospital da Mulher. Mensagens trocadas entre os dois mostram que Ferreti sugeriu outro encontro, prometendo sexo “sem tapas”. A vítima respondeu apenas com “não”.

O denunciado, que não utilizou preservativo, ejaculou fora da vítima

A investigação da Polícia Civil encontrou dificuldades em obter imagens das câmeras de segurança da pousada, pois os equipamentos haviam sido substituídos. Uma recepcionista foi localizada, mas afirmou não se lembrar do caso.

Outro lado

Em depoimento à polícia, Ferreti afirmou que só falará em juízo. A defesa, por meio da advogada Graciele Queiroz, declarou que ele não cometeu os crimes imputados e afirmou que as medidas necessárias serão tomadas para provar sua inocência. O Ministério Público informou que não se pronunciará sobre o caso antes da sentença judicial.

Prisão

Além da denúncia de estupro, Ferreti foi preso em 4 de dezembro durante a operação Trapaça, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal e Lavagem de Bens (GAESF) do Ministério Público. Ele é investigado por suspeita de lavagem de dinheiro e ocultação de bens. Durante a ação, foram apreendidos R$ 20 mil, celulares, documentos e um Porsche. O MP também solicitou o bloqueio de R$ 21 milhões em contas associadas a supostos “laranjas” e apreendeu 10 veículos de luxo.

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