Maceió
Cadeirante espera ônibus por três horas e é largada em ponto de ônibus
Veículos da empresa Cidade de Maceió não oferecem condições para pessoas com deficiênciaUma passageira cadeirante e moradora do bairro São Jorge, em Maceió, precisou esperar por mais de três horas um ônibus da linha 502 (São Jorge/Centro), da empresa Cidade de Maceió, para se deslocar até o local onde faz tratamento médico. Quando o veículo chegou, teve grande dificuldade para entrar, já que o elevador para cadeira de rodas estava com defeito. O pior, é que na volta, o motorista de outro veículo deixou a cadeirante no ponto, desta vez porque o elevador não funcionava.
Rosenilda Maria, de 42 anos, faz tratamento na Adefal, no bairro do Farol, e só dispõe da linha 502 para se dirigir ao local. Ela ficou revoltada com a falta de respeito e de acesso para se locomover na cidade.
“Peguei o ônibus na esquina de casa às 15h e quando sai do meu tratamento por volta das 16h30 eu esperei o ônibus no lado do CEPA. O mesmo ônibus passou e não quis me levar. O motorista disse que eu pegasse qualquer outro ônibus para o Centro e lá poderia pegar outro ônibus para a Av. Josefa de Melo. Recusei porque andar de cadeiras de rodas no Centro é uma grande dificuldade”, relatou.
Ela informou que atravessou a passarela do CEPA e foi esperar o ônibus no sentido Centro-Tabuleiro e por volta das 18h30 o mesmo ônibus passou e ela não embarcou. Ao relatar o acontecimento no grupo de transporte do bairro, os representantes comunitários entraram em contato com a empresa Cidade de Maceió.
“Ligamos e a recepção foi a seguinte: vocês só ligam para reclamar!", disse o representante comunitário do bairro, Josivan Siva. Ele afirma que a empresa Cidade de Maceió não tem condições de rodar mais. "Ela não cumpre com a licitação. Esse ônibus do prefixo 5320 não poderia estar rodando porque não tem mais idade, conforme fala a licitação de transporte de Maceió. De 2016 até 2025 a Cidade de Maceió trouxe apenas 19 ônibus novos”, afirmou.
A passageira Rosenilda precisou se deslocar do CEPA até a esquina da Casa Vieira onde pegou a linha 606 - José Tenório Iguatemi e desceu no Fórum do Barro Duro. Até chegar em sua residência o percurso foi aproximadamente 2 Km. Os moradores contaram que abriram um protocolo, em novembro, para convidar o diretor do Sistema Integrado Municipal de Transportes Urbanos, Glauco Oliveira, para ouvir a população no bairro e o mesmo se negou dizendo que não teria necessidade. Agora, os moradores estão com dificuldade para marcar uma reunião de retorno para cobrar as devidas providências. O DMTT ainda não se pronunciou a respeito da ocorrência.