O ex-presidente Fernando Collor pode optar por se afastar do comando da Organização Arnon de Melo (OAM), do qual é sócio majoritário, para manter a TV Gazeta como afiliada da Rede Globo. A alternativa para continuidade da parceria comercial, iniciada em 1975, foi discutida em reunião realizada na última quarta-feira, 12, com participação do Sindicato dos Jornalistas de Alagoas. A informação é do jornalista Odilon Rios.

Um acordo seria fechado com a emissora carioca desde que esteja condicionado ao afastamento de Collor do maior grupo de comunicação do estado. O também ex-parlamentar não se manifestou a respeito. 

Este ano a TV Globo recorreu ao presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Antonio Herman de Vasconcellos e Benjamin, para tentar derrubar a decisão do Tribunal e Justiça de Alagoas (TJAL) que obrigou a renovação do contrato com a TV Gazeta por mais cinco anos. O caso corre em segredo de justiça.

No recurso protocolado em 14 de janeiro, a Globo alega que a decisão do TJAL força a "manutenção de uma parceria de forma desproporcional e abusiva". Ao pedir à Justiça para se manter retransmitindo a Globo, a defesa da OAM no processo alega que o rompimento do contrato levaria à falência da grupo, já que a TV Gazeta é a maior fonte de receita e que teria de demitir cerca de 300 funcionários para não fechar as portas.

A TV Asa Branca, que já investiu recursos para ser transmissora da Globo em Alagoas, sairia desse novo acordo com prejuízo, apesar da previsão de ser ressarcida pela emissora carioca. Conforme o blog apurou, a TV Asa Branca, que já detém o direito de transmitir a Globo na região de Caruaru, em Pernambuco, e que pertence ao grupo de comunicação mais consolidado no Nordeste, continuaria com a retransmissão do Canal Futura, como já faz hoje.

A emissora pernambucana aguarda a decisão do judiciário, mas já está com a estrutura montada para iniciar as operações da Rede Globo desde o ano passado.

O plano de recuperação judicial das empresas de Collor para evitar a falência caminha a passos lentos na 10ª Vara Cível da Comarca da Capital para ser homologado ou descartado pelo titular, juiz Erick Costa. O juiz vai decidir se a última assembleia geral dos credores, realizada em condições conflitantes de interesse será validada. As empresas aprovaram um plano que determinava o pagamento de apenas dez salários-mínimos para cada credor, ex-funcionário, sem levar em consideração o tempo de serviço prestado.