Crise institucional
Justiça Federal determina que CGU realize auditoria no Hospital Veredas
Auditores terão apoio da força policial para garantir livre acesso ao hospital e documentos
Decisão da Justiça Federal em Alagoas determina que a Controladoria Geral da União e o Denasus (Departamento Nacional de Auditoria do SUS) façam auditoria nas contas do Hospital Veredas, em Maceió, e que o relatório seja apresentado à Junta Interventora do hospital. A informação é do jornalista Odilon Rios.
O pedido da auditoria foi realizado pelo Ministério Público de Alagoas em janeiro deste ano. O hospital está desde novembro de 2024 sob a gestão de uma comissão interventora sem apresentar resultados práticos para sair da crise administrativa e financeira.
A auditoria determinada pelo juiz federal da 13ª Vara, Raimundo Alves de Campos Júnior, não impõe um prazo para conclusão, mas após o término, a equipe de interventores devem apresentar um plano para correção das irregularidades em até 30 dias. O juiz determinou que, havendo necessidade, está liberado o uso da força policial para garantir que os auditores tenham acesso ao hospital e aos documentos.
O hospital mantém suspenso os serviços destinados aos pacientes do SUS e os profissionais que sobreviveram à demissão em massa estão trabalhando com atraso no pagamento dos salários. O hospital também tem débitos com serviços terceirizados e fornecedores de insumos diversos.
No mês de janeiro o hospital permanecia com setores estratégicos fechados para o atendimento pelo SUS, como maternidade e UTI Neonatal, e iniciou o processo de demissão em massa dos trabalhadores de várias categorias, como a enfermagem.
De acordo com uma nota divulgada pelo Sateal, o sindicato dos trabalhadores, dos 270 leitos disponíveis, apenas dois estariam ocupados com pacientes. "Todos os serviços estão fechados, o hospital está parado. Os funcionários aguardam em casa o retorno das atividades", diz o texto.
Segundo o sindicalista Mário Jorge, a direção do Hospital Veredas demitiu 157 profissionais de todas as categorias. Essas pessoas estão deixando as atividades sem fazer o exame demissional, como determina a legislação trabalhista, e terão de recorrer à justiça para receber o que é de direito.