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Erros na saúde em Alagoas: mais de 2.600 incidentes notificados em 2024

Falhas na assistência, lesões por pressão e problemas com cateteres são as principais ocorrências
Por Redação 01/03/2025 - 06:00
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Pixabay
Brasil contabiliza quase 300 mil erros na assistência à saúde privada e pública em um ano
Brasil contabiliza quase 300 mil erros na assistência à saúde privada e pública em um ano

O Brasil registrou, entre agosto de 2023 e julho de 2024, um total de 295.355 falhas na assistência à saúde, tanto no setor público quanto privado, segundo dados, fornecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e levantados pela Organização Nacional de Acreditação (ONA).

Conforme os números, os erros incluem desde administração incorreta de medicamentos até cirurgias realizadas em locais errados no corpo dos pacientes.

Em Alagoas, 2.629 incidentes foram notificados no mesmo período, com destaque para falhas na assistência à saúde (718 casos), lesões por pressão (617) e problemas envolvendo cateter venoso (458). As lesões por pressão incluem contusões, entorses e luxações, sendo essas últimas as mais graves, com deslocamento ósseo.

Entre as falhas mais comuns, destaca-se a administração inadequada de medicamentos, com dosagens erradas ou o uso de substâncias não indicadas, além dos erros na identificação de pacientes e infecções hospitalares. Confira o número de notificações por tipo de incidente em Alagoas entre agosto de 2023 a julho de 2024.

  • Falhas durante a assistência à saúde – 718 notificações
  • Lesão por pressão – 617 notificações
  • Falhas envolvendo cateter venoso – 458 notificações
  • Queda do paciente – 232 notificações
  • Falhas envolvendo sondas – 182 notificações
  • Falha na identificação do paciente – 143 notificações
  • Incidente/evento adverso relacionado à hemodiálise – 53 notificações
  • Falhas nas atividades administrativas – 34 notificações
  • Falha na documentação – 29 notificações
  • Falhas na administração de dietas – 29 notificações
  • Extubação endotraqueal acidental – 23 notificações
  • Falhas ocorridas em laboratórios clínicos ou de patologia – 22 notificações
  • Falhas durante procedimento cirúrgico – 20 notificações
  • Broncoaspiração – 18 notificações
  • Queimadura de paciente – 14 notificações
  • Acidentes do paciente – 13 notificações
  • Evasão do paciente – 12 notificações

Entretanto, existem iniciativas que buscam reverter esse quadro, como a implementação de processos de acreditação em instituições de saúde. A acreditação exige que as organizações sigam protocolos de segurança mais rigorosos, visando proteger os pacientes.

Redução nas falhas

Um estudo recente da ONA, realizado com cerca de 100 instituições de saúde, revelou dados promissores. Mais de 30% dos entrevistados relataram redução significativa de falhas após a adoção dessas medidas, com queda de até 51% nos erros de administração de medicamentos e 52% nos erros de identificação de pacientes.

Gilvane Lolato, gerente de Operações da ONA, destaca a importância do processo de acreditação: "Obter a acreditação é um desafio que exige um comprometimento profundo e uma mudança cultural nas instituições. Além de aumentar a segurança e confiança no atendimento médico, a acreditação contribui para a redução de falhas operacionais."

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 134 milhões de eventos adversos acontecem anualmente em hospitais de países de baixa e média renda, resultando em aproximadamente 2,6 milhões de mortes.

No Brasil, mais de 380 mil organizações de saúde estão registradas no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), mas apenas 1.932 possuem acreditação. A ONA é responsável por 72,1% dessas certificações, o que corresponde a mais de 1.500 instituições. Porém, apenas 0,45% das instituições de saúde no Brasil têm a certificação, sendo 68,4% delas de gestão privada, 22,2% públicas, 8,3% filantrópicas e 0,1% de gestão militar.

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