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Alagoas avança na Educação, mas enfrenta desafios na baixa escolaridade
Estado continua com elevados índices de pessoas sem acesso ao ensino básico
Dados preliminares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que cerca de 48,4% dos alagoanos com 25 anos ou mais não possuem instrução, ou não concluíram o ensino fundamental. Esse índice coloca o estado na segunda posição nacional em relação à baixa escolaridade, ficando atrás apenas do Piauí, onde 49% da população adulta também não tem ou não completou os primeiros anos do ensino básico.
Apesar desse cenário, a comparação com censos anteriores aponta avanços significativos. Em 2000, 74,7% dos alagoanos nessa faixa etária não tinham acesso à educação básica completa. Em 2010, essa taxa caiu para 64%, e em 2022, alcançou 49%.
Na capital, aproximadamente 20,32% da população com 18 anos ou mais completou o ensino superior. Outros municípios com bom desempenho incluem Arapiraca (13,37%), Marechal Deodoro (13,14%), Palmeira dos Índios (11,37%) e Barra de São Miguel (10,86%).
No Brasil, a média nacional de pessoas sem instrução ou com ensino fundamental incompleto é de 35,2%. Em 2000, essa taxa era de 63,2%. Em relação ao grau de instrução nos municípios alagoanos, Maceió se destaca como a cidade com o maior índice de escolaridade do estado.
No extremo oposto, Mata Grande (66,24%) é o município com maior proporção de pessoas com 18 anos ou mais que não têm instrução ou não concluíram o ensino fundamental. Estrela de Alagoas (65,67%), Inhapi (64,72%), Olho d’Água Grande (64,58%) e Campo Grande (64,40%) também apresentam os piores índices de escolaridade.
A proporção de alagoanos com ensino superior completo teve um salto considerável entre 2000 e 2022, subindo de 3,9% para 13,4%. Este crescimento coloca Alagoas à frente de outros estados do Nordeste, como Maranhão (11%), Bahia (12%), Pará (12%) e Ceará (12,7%). No entanto, a média nacional de pessoas com nível superior completo é de 18,4%.
Em 2022, quase 268 mil pessoas em Alagoas haviam concluído ao menos um curso de graduação. Os cursos mais escolhidos foram os de "Negócios, Administração e Direito", com um total de 75.426 graduados, sendo 37,4% deles formados em Direito, com 28.240 alagoanos. Outros cursos populares incluem áreas de "Saúde e Bem-estar" (53.010 graduados) e "Educação" (50.982 graduados).
Frequência escolar
A taxa de frequência escolar também apresentou melhorias, com um aumento no número de jovens de 0 a 24 anos inseridos no sistema educacional. Em 2022, quase 98% das crianças de 6 a 14 anos frequentavam a escola, representando um aumento de mais de 10 pontos percentuais em relação ao Censo de 2000, quando aproximadamente 87% dessa faixa etária estava na escola. Entre os jovens de 15 a 17 anos, a frequência escolar caiu para 85%, e a taxa de matrícula para crianças de 0 a 3 anos cresceu de 7,7% para 27,8% entre 2000 e 2022.
A população indígena de Alagoas enfrenta desafios ainda maiores. Cerca de 50% dos indígenas com 18 anos ou mais não têm instrução ou não concluíram o ensino fundamental, contra 43,61% da população geral na mesma faixa etária. Em contraste, apenas 7,7% dos indígenas de Alagoas com 18 anos ou mais concluíram o ensino superior, enquanto na população geral esse percentual é de 11,85%.