Barra de São Miguel
Mães denunciam corte de terapias para crianças com autismo e TDAH
Famílias reclamam da suspensão de atendimentos como terapias e ecoterapia pela prefeitura
Mães e pais de crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e autismo em Barra de São Miguel estão denunciando o corte de atendimentos essenciais, como terapias e ecoterapia, promovido pela administração municipal. O município, segundo os familiares, suspendeu esses serviços sem fornecer qualquer justificativa ou prazo para retorno, deixando as crianças sem o suporte necessário para o desenvolvimento.
Uma das mães, que relata o impacto na rotina dos filhos, explicou que, desde dezembro, as terapias, incluindo a ecoterapia, foram interrompidas. "Achávamos que as atividades retornariam em janeiro, mas já estamos no fim do ano e nada foi resolvido. Nossas crianças estão agitados, fora da rotina, o que está prejudicando muito o seu comportamento", afirmou. Ela ainda destacou a falta de comunicação da prefeitura e a dificuldade enfrentada por outras mães que, sem alternativas, têm que lidar sozinhas com a situação.
De acordo com as mães, a interrupção dos serviços tem gerado dificuldades não apenas no ambiente familiar, mas também nas escolas, onde as crianças ficam tão agitadas que dificultam o trabalho dos educadores. "As tias da creche não sabem o que fazer, pois não têm apoio para lidar com as crianças. Muitas vezes, somos forçadas a buscar nossos filhos mais cedo", lamentou uma das mães.
Outra mãe também denuncia a falta de providências por parte da AAPPE (Associação de Apoio à Pessoa com Deficiência), que está com suas atividades suspensas. Segundo ela, a interrupção das terapias tem gerado graves consequências para sua filha, que, sem o devido acompanhamento, apresenta comportamentos preocupantes. "Ela está muito agitada, bate a cabeça e até se bate. Em casa, a situação está difícil, mas na creche está ainda pior, pois não quer ficar na sala e se recusa a fazer as atividades", relatou.
O EXTRA entrou em contato com a Prefeitura da Barra de São Miguel por meio de sua assessoria de imprensa, mas não obteve retorno até a última atualização desta matéria. O espaço permanece aberto para manifestação.