Em alerta

Estudo mostra Alagoas com 46 municípios com riscos para desastres naturais

Maceió é a 6ª cidade com maior número de áreas suscetíveis no país para deslizamentos e inundações
Por Tamara Albuquerque 20/03/2025 - 13:57
A- A+
Arquivo/Extra
Rio Jacuípe em inundação ocorrida em 2020
Rio Jacuípe em inundação ocorrida em 2020

Levantamento feito há 10 meses pela Casa Civil e pelo Ministério das Cidades aponta que 1.942 municípios brasileiros têm moradores em regiões suscetíveis a deslizamentos, enxurradas e enchentes. O número corresponde a 34% do total de 5.570 municípios do país e indica um aumento de 136% em relação ao número obtido em levantamento da Casa Civil no ano de 2012, quando 821 municípios foram considerados em situação crítica. 

Alagoas aparece no estudo com 46 municípios que apresentam situação crítica para as três situações de deslizamento, enxurradas e enchentes. Entre as dez cidades brasileiras com mais áreas de risco está Maceió. Nessas áreas moram, de acordo com o trabalho, 70.343 pessoas ou 7,3% da população da capital alagoana. O estudo não especifica se entre as áreas de risco em Maceió estão incluídos os bairros afetados pela mineração irregular da Braskem.

As cidades com mais áreas de risco identificadas no levantamento, acima de Maceió, são São Paulo, Teresópolis, Blumenau, Petrópolis, e Nova Friburgo.

O município de União dos Palmares não está na lista das 10 cidades, mas é o segundo com maior número de pessoas morando em área de risco para enxurradas e inundações, com uma população e 16.190 pessoas. São Luiz do Quitunde tem 7.239 pessoas morando em áreas de risco, São José da Laje (4.859 pessoas), Matriz de Camaragibe (6.384), Murici (5.478), Maragogi (2.700), e Atalaia (3.064).

No país, 8,9 milhões de pessoas moram em áreas de risco, o que representa 6% da população. Conforme a nota técnica (nº 1/2023/SADJ-VI/SAM/CC/PR) do governo, o cenário aponta a necessidade de promover ações governamentais coordenadas destinadas à gestão de risco e prevenção dos desastres.

O mapa considerou dados levantados até 2022 por fontes como o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Serviço Geológico do Brasil e o Atlas de Vulnerabilidade a Inundações, produzido pela Agência Nacional de Águas (ANA). O objetivo foi atualizar a lista de locais a serem priorizados com obras de prevenção de risco, como contenção de encostas, macrodrenagem e barragens para controle de cheias.

“O aumento na frequência e na intensidade dos eventos extremos de chuvas vêm criando um cenário desafiador para todos os países, em especial para aqueles em desenvolvimento e de grande extensão territorial, como o Brasil”, diz o estudo do governo federal. 

Com os novos dados, sistematizados até 2022, os estados com a maior proporção da população em áreas de risco são Bahia (17,3%), Espírito Santo (13,8%), Pernambuco (11,6%), Minas Gerais (10,6%) e Acre (9,7%). Já as unidades da federação com a população mais protegida contra desastres são Distrito Federal (0,1%); Goiás (0,2%), Mato Grosso (0,3%) e Paraná (1%).

O estudo foi coordenado pela Secretaria Especial de Articulação e Monitoramento, ligada à Casa Civil da Presidência da República. O levantamento foi solicitado pelo governo em razão das obras previstas para o Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que prevê investimentos em infraestrutura em todo o país.

O levantamento ainda identificou os desastres ambientais no Brasil entre 1991 e 2022, quando foram registrados 23.611 eventos, 3.890 óbitos e 8,2 milhões de desalojados ou desabrigados decorrentes de inundações, enxurradas e deslizamentos de terra.


Encontrou algum erro? Entre em contato