SAÚDE
Alagoas registra 15 internações por dez mil habitantes devido ao saneamento
Os dados constam em estudo divulgado recentemente pelo Instituto Trata Brasil
De acordo com dados do DATASUS, a taxa de internações por Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado (DRSAI) em Alagoas no ano de 2024 foram a segunda menor do Nordeste. O levantamento considera casos por dez mil habitantes e apresenta a incidência dessas doenças no estado. Segundo os números, a taxa de internação por doenças de transmissão fecal-oral em Alagoas foi de 8,573 casos por dez mil habitantes. Já as doenças transmitidas por insetos vetores registraram uma taxa de 6,684.
O levantamento também indica que as doenças transmitidas por meio do contato com a água tiveram uma taxa de 0,046. Em relação às doenças associadas à higiene, a taxa observada foi de 0,144. O estudo ainda inclui dados sobre geolmintíases e teníases, cuja incidência foi de 0,026 no estado.
No total, Alagoas registrou uma taxa de internações por DRSAI de 15,474 casos por dez mil habitantes em 2024. O Maranhão e o Distrito Federal são as unidades da federação em pior situação quanto a internações por doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado, a cada 10 mil habitantes. Enquanto o estado nordestino conta com uma taxa de incidência nesse recorte de 45,8 casos, no DF o número chega a 36,2.
Em todo o país, foram registradas mais de 344 mil internações por doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado no ano passado. Do total, cerca de 168 mil estão ligadas a alguma infecção provocada por um inseto-vetor, sobretudo a dengue.
Grupos mais afetados
De acordo com o Trata Brasil, 64,8% das internações registradas em 2024 foram de pessoas pretas ou pardas. Quanto aos indígenas, apesar de responderem por somente 0,8% do total, a incidência entre eles foi de 27,4 casos a cada dez mil habitantes.
Das vítimas hospitalizadas, aproximadamente 70 mil eram crianças com idade de até 4 anos. O resultado representa 20% do total. Nessa faixa etária, a incidência foi de 53,7 casos a cada dez mil pessoas. Entre aqueles com idade superior a 60 anos, a incidência foi 23,6, com mais de 80 mil internações, ou seja, 23,5% do total.
O estudo revela, ainda, que, dos 5.570 municípios do país, somente 1.031 apresentaram diminuição da taxa de mortalidade por doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado, entre 2008 e 2023. Nesse período, 2.791 ficaram estagnados e 1.748 cidades registraram aumento das taxas de mortalidade.