Caso Gabriel
PMs acusados em morte de adolescente durante abordagem são afastados
SSP e PM anunciam investigações para apurar morte de garoto de 16 anos em Palmeira
A Polícia Militar de Alagas (PMAL) vai instaurar um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar a conduta dos policiais envolvidos na ocorrência que levou a óbito o adolescente Gabriel Lincoln Pereira da Silva, de 16 anos. Ele morreu após ser ferido a tiros numa abordagem policial no sábado, 3, na cidade de Palmeira dos Índios.
Os PMs envolvidos na guarnição já foram afastados das atividades ostensivas e suas condutas serão apuradas. “Eles passarão a desempenhar funções administrativas até que as investigações sejam concluídas. Essa é uma medida protocolar para situações como essa, adotada para garantirmos a transparência e a imparcialidade das apurações”, informou o comandante-geral da PM, coronel Paulo Amorim, à família da vítima em encontro realizado nesta terça-feira com as forças de segurança do Estado.
O secretário de Estado da Segurança Pública, Flávio Saraiva receberam a família de Gabriel na Academia da PM, em Maceió. Participaram do encontro o pai do jovem, Cícero Bezerra; a tia, Flávia Ferreira; e o advogado da família, Gilmar Torres.
Durante a reunião, os familiares foram informados sobre os próximos passos que serão adotados pela Secretaria de Segurança Pública, Polícia Militar e Polícia Civil. O secretário Flávio Saraiva anunciou que ainda nesta terça será criada uma comissão de delegados para conduzir a investigação.
Emocionado, o pai de Gabriel agradeceu a acolhida e ressaltou sua confiança na instituição. “Eu confio na Polícia Militar. Meu único pedido é que a investigação aconteça de forma isenta e que a verdade apareça. É isso que a gente precisa como família: saber o que realmente aconteceu com o meu filho”, disse Cícero Bezerra.
A morte do adolescente Gabriel, durante uma perseguição policial provocou revolta dos familiares que contestaram a versão dada pela Polícia Militar para o caso. A tia da vítima, Flávia Ferreira, contou que Gabriel não tinha envolvimento com crimes e havia saído de casa para comprar alimentos para levar para a lanchonete que pertence aos pais dele.
Segundo Flávia Ferreira, durante o trajeto, ele teria ficado assustado com a investida dos PMs e acelerado o veículo. A polícia, no entanto, disse que a equipe do 10º Batalhão presenciou manobras perigosas praticadas pelo menino, como ele ter avançado quando o semáforo estava com sinal vermelho, e que na tentativa de abordagem, houve disparos contra a guarnição, e posteriormente, o revide de um agente.
Os militares relataram que Gabriel foi atingido por um disparo próximo ao Bar do Guega. Ele caiu da moto em que estava, segundo os policiais, com um revólver calibre 38. O adolescente chegou a ser socorrido até uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas não resistiu ao ferimento e morreu.
