ATLAS DA VIOLÊNCIA

AL tem a sexta maior taxa de homicídios do Brasil; Estado contesta dados

Atlas destaca que outras unidades da federação mantiveram queda sistemática desde 2016 ou 2017
Por Bruno Fernandes 12/05/2025 - 17:32
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Em 2023, o estado contabilizou 1.194 homicídios
Em 2023, o estado contabilizou 1.194 homicídios

Apesar da queda na última década, Alagoas registrou em 2023 uma das maiores taxas de homicídios do país. O estado alcançou 35,3 mortes por 100 mil habitantes, segundo o Atlas da Violência 2025, divulgado nesta segunda-feira, 12. O número está acima da média nacional de 21,2 por 100 mil.

De 2013 a 2023, Alagoas apresentou redução de 46,8% na taxa de homicídios. No entanto, nos dois últimos anos houve aumento consecutivo. “Alagoas entraria nesse seleto grupo se não fosse o aumento no indicador dos últimos dois anos”, aponta o documento.

Em 2023, o estado contabilizou 1.194 homicídios. O número representa aumento de 5,1% em relação aos 1.136 casos registrados em 2022. A taxa também subiu 4,7% no mesmo período, interrompendo a trajetória de queda observada nos anos anteriores.

O Atlas destaca que outras unidades da federação mantiveram queda sistemática desde 2016 ou 2017. “Nada menos do que 11 UFs têm conseguido reduzir sistematicamente a taxa de homicídios”, informa o relatório, que cita exemplos como São Paulo, Goiás e Paraíba. Veja o ranking das taxas de homicídios por 100 mil habitantes em 2023:

  • Amapá — 57,40
  • Bahia — 43,90
  • Pernambuco — 38
  • Amazonas — 36,80
  • Roraima — 35,9
  • Alagoas — 35,30
  • Ceará — 32
  • Mato Grosso — 30,8
  • Rondônia — 30
  • Sergipe — 29,40
  • Pará — 28,6
  • Maranhão — 27,90
  • Espírito Santo — 27,70
  • Paraíba — 26,5
  • Rio Grande do Norte — 26,40
  • Tocantins — 25,8
  • Rio de Janeiro — 24,3
  • Acre — 23,70
  • Piauí — 22
  • Goiás — 21,40
  • Brasil — 21,20
  • Mato Grosso do Sul — 20,70
  • Paraná — 18,90
  • Rio Grande do Sul — 17,2
  • Minas Gerais — 12,9
  • Distrito Federal — 11
  • Santa Catarina — 8,8
  • São Paulo — 6,4

    O estudo considera dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, com base em registros oficiais de óbitos causados por agressão, intervenção legal ou operações de guerra.

    O documento também analisa tendências nacionais e destaca que, mesmo com a queda nos homicídios desde 2017, a percepção da violência segue alta. “Vivenciamos um aumento da percepção de insegurança”, conclui o relatório.

    Outro lado

    Em nota, o Governo de Alagoas informou que "a colocação de Alagoas no Atlas da Violência precisa ser analisada com cautela, pois a metodologia utilizada difere da adotada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. O Atlas utiliza a taxa de homicídios por 100 mil habitantes, sem padronizar os critérios de contabilização entre os estados".

    Ainda segundo o governo, em Alagoas, por exemplo, todos os Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI), inclusive os casos ainda ‘a esclarecer’, são incluídos nos registros – ao contrário de outras unidades da Federação, que excluem essas ocorrências, o que pode gerar distorções nos rankings comparativos.

    Mesmo assim, o estado vem registrando queda contínua nos índices de violência: a taxa de homicídios caiu de 69,93/100 mil habitantes em 2012 para 33,10 em 2024, uma redução de mais de 50% no número absoluto de assassinatos.

    "Esses resultados refletem investimentos consistentes em inteligência, tecnologia e produção de dados confiáveis, com monitoramento contínuo realizado pelo Núcleo de Estatística e Análise Criminal da Secretaria de Segurança Pública. A meta para 2025 é fechar o ano com menos de mil casos, mantendo a tendência de queda sustentada", informou.


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