8 de janeiro
Mauro Cid diz que presenciou “grande parte dos fatos” da trama do golpe
O tenente-coronel atuava como ajudante de ordens da Presidência durante o governo Bolsonaro
O tenente-coronel Mauro Cid afirmou nesta segunda-feira, 9, ao Supremo Tribunal Federal (STF) que são verdadeiras as acusações de tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva em 2022. Cid declarou ter presenciado “grande parte dos fatos” relacionados ao plano, mas negou participação ativa nas ações. As informações são do site Brasil 247.
O depoimento foi prestado no âmbito da ação penal que envolve oito réus apontados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como integrantes do “núcleo crucial” da tentativa golpista. Cid é o primeiro a ser ouvido nesta fase do processo, por ter firmado acordo de delação premiada com a Polícia Federal.
Durante o depoimento, Cid afirmou: “Presenciei grande parte dos fatos, mas não participei deles.” Segundo a PGR, ele exercia papel operacional no núcleo central do plano e era responsável por intermediar ordens entre o então presidente Jair Bolsonaro e os demais envolvidos.
Mauro Cid atuava como ajudante de ordens da Presidência durante o governo Bolsonaro. A PGR avalia que ele tinha “menor autonomia decisória”, limitando-se à execução de tarefas de coordenação e comunicação entre civis e militares ligados às articulações contra o processo eleitoral.
As investigações apontam que Cid manteve contato com outros membros do grupo e buscou, com o apoio de hackers, informações e materiais que pudessem sustentar questionamentos sobre a integridade das urnas eletrônicas e do sistema eleitoral brasileiro. O conteúdo obtido por meio dessas ações foi citado como parte da tentativa de deslegitimar o resultado das eleições de 2022.
A ação segue em tramitação no STF e envolve outros nomes ligados ao alto escalão do governo Bolsonaro. O processo analisa a existência e a extensão de uma articulação para impedir a transição de governo após a vitória de Lula nas eleições.