LAVAGEM DE DINHEIRO
Operação bloqueou R$ 7 mi após "movimentações atípicas", diz delegado
Bens adquiridos têm origem ilícita, principalmente recursos provenientes do tráfico de drogas
Movimentações bancárias atípicas chamaram atenção da Polícia Civil e deram início à investigação que resultou na Operação Primavera, realizada em Arapiraca, Alagoas, na terça-feira, 17. A ação, conjunta com o Rio Grande do Norte, bloqueou cerca de R$ 7 milhões em contas vinculadas ao esquema de lavagem de dinheiro.
Ao EXTRA, o delegado Bruno Tavares relatou nesta quarta-feira, 18, que "diversas movimentações atípicas, anômalas, que fogem do padrão de consumo da renda de alguém que ganha em torno de um salário mínimo, foram observadas pelos investigadores." A partir disso, foi feito levantamento detalhado de bens patrimoniais, imóveis de luxo, veículos e ativos financeiros para aprofundar as investigações.
A fase atual de cumprimento dos mandados de busca visa reunir novos elementos para confirmar que os bens adquiridos têm origem ilícita, principalmente recursos provenientes do tráfico de drogas. Até o momento, não foram emitidos mandados de prisão, pois o foco inicial é consolidar provas para prisões definitivas.
O principal investigado, natural de Arapiraca, possui passagens por tráfico, homicídios e porte ilegal de armas. Ele não mantém endereço fixo, circulando entre Arapiraca e o Rio Grande do Norte, e utiliza "laranjas" — pessoas cujos CPFs são usados sem consentimento para fraudes e ocultação de patrimônio. Até agora, ele não foi localizado.
A Operação Primavera contou com o apoio da Diretoria de Inteligência Policial de Alagoas, CORE, PLIT, Tigre e setor de planejamento operacional. Foram apreendidos documentos, dispositivos eletrônicos, veículos e imóveis relacionados à organização criminosa que atua em pelo menos cinco estados do Nordeste.
Novas etapas da operação estão previstas, incluindo o cumprimento de mandados de prisão pela Polícia Civil do Rio Grande do Norte, com suporte da polícia alagoana. A ação busca desarticular a organização e ampliar o bloqueio dos recursos ligados ao esquema criminoso.